postado em 14/11/2019 04:13
[FOTO1]Os cinco países do Brics ; Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ; apostam na liberação de financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) para ampliar os investimentos em infraestrutura. A instituição garante que haverá aceleração dos empréstimos e estuda fazê-los nas moedas locais de cada país.
K. V. Kamath, presidente do NDB, afirmou que o banco quer acelerar os objetivos do grupo. ;Faz quatro anos que iniciamos nossas operações. No início, os projetos eram montados por órgãos de governo com garantia soberana. Com o tempo, consideramos projetos do setor privado;, explicou. ;Por conta da volatilidade das taxas de câmbio, exploramos fazer negócios em moedas locais. Isso já ocorre na China e em 40% dos financiamentos na África do Sul.;
Durante o painel ;Oportunidade de investimentos no Brics;, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o país ficaria muito feliz em ver investimentos no setor ferroviário. ;Temos duas ferrovias com leilões previstos para o ano que vem, que podem representar um renascimento. Queremos contar com trens de passageiros. Os nossos parceiros já entraram no Brasil com energia e no setor portuário, por que não no ferroviário?;, provocou.
Guinada
Freitas comemorou a evolução da conversa com o NDB. ;Recebemos uma série de boas notícias do banco e temos um programa de concessão sofisticado na estruturação de projetos. Acho que o NDB pode entrar na modalidade de garantias e provocar uma guinada, alavancando o desenvolvimento dos projetos;, ressaltou.
Trofim Yakovlev, chefe adjunto de Divisão da JSC Russian Railways, empresa ferroviária da Rússia, destacou interesse nos projetos brasileiros. ;Somos uma empresa global. Temos iniciativas na África do Sul. Queremos construir ferrovias na Índia e temos iniciativas no Brasil. Mas tudo depende de financiamento. Com o NDB, esperamos ampliar o leque de investimentos;, contou.
Por sua vez, Chen Zhong, vice-presidente da China Communications Construction Company, comentou que o banco vai ampliar as possibilidades de investimento intra-Brics. ;Projetos de infraestrutura são de longo prazo. Por isso, a chave para apostar neles é estabilidade;, frisou.
Diretor da Área de Risco do banco IDC, Phakamile Mainganya sugeriu que o NDB empreste para bancos para que esses, por sua vez, façam financiamentos às pequenas e médias empresas. ;Na África do Sul, o IDC pode agregar os pequenos projetos, temos balancete forte, podemos fazer empréstimos junto ao NBC e financiar as pequenas e médias nos nossos países. Assim, seria possível acelerar os negócios;, sustentou.
"Temos duas ferrovias com leilões previstos para o ano que vem, que podem representar um renascimento. Queremos contar com trens de passageiros. Os nossos parceiros já entraram no Brasil com energia e no setor portuário, por que não no ferroviário?;
Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura
Propostas de empresários
Integrantes do Conselho Empresarial do Brics (Cebrics) finalizaram uma lista de 23 propostas para ampliar o comércio e os investimentos nos países. Medidas para facilitar o comércio entre os membros do bloco, financiamentos para projetos no setor de energia e cooperação na área de aviação regional estão entre as principais sugestões. As propostas serão entregues hoje aos presidentes das cinco nações. Os pontos que se destinam a facilitar o comércio entre os integrantes do Cebrics envolvem necessariamente a aplicação das seguintes medidas: reconhecimento mútuo de operadores econômicos autorizados; adoção de certificado fitossanitário eletrônico e estabelecimento de pontos focais nacionais para investidores do Brics. O Cebric sugeriu que para o financiamento para projetos de energia os recursos devem vir do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB, o banco do Brics).