postado em 15/11/2019 04:04
O presidente Jair Bolsonaro, filhos dele e apoiadores no PSL terão de travar batalhas em várias frentes ao mesmo tempo para a criação do partido Aliança pelo Brasil. A mais importante, no momento, é a corrida para garantir a legalização da legenda. A data-limite de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 4 de abril, mas a sigla terá de garantir a conferência de 492 mil assinaturas em tribunais regionais eleitorais em nove estados, sem a garantia de que as assinaturas digitais coletadas por aplicativo terão validade.No caminho, o grupo ainda terá de costurar a saída dos deputados federais do PSL. A principal estratégia, até agora, é a tese do ex-ministro do TSE Admar Gonzaga de que a criação de uma legenda abre janela para a mudança de partido. Mas há dúvidas sobre a possibilidade. Além disso, o Correio apurou que a estratégia do grupo do presidente do PSL, Luciano Bivar, será segurar ao máximo os parlamentares e, em vez de expulsá-los, suspendê-los. Com isso, inclusive, Bolsonaro perde, por exemplo, sua tropa de choque da CPMI das Fake News.
A última das batalhas será pelo fundo eleitoral ; este ano, o PSL deve receber R$ 110 milhões. Nesse caso, o grupo do presidente da República já mostrou, inclusive, alguma disposição em abrir mão da verba, se necessário. Mas existe a possibilidade de usar a estratégia da terra arrasada: entrarem no Ministério Público Federal para impedir que o PSL use o dinheiro. Nesse caso, os valores voltariam para a União, e todos perderiam. Em nota, a Executiva Nacional do PSL já avisou que o mandato pertence ao partido, que ;projetos personalistas e familiares soam pouco republicanos em um momento em que se procura conferir transparência à vida pública e, sobretudo, política; e, por fim, desejou ;votos de boa sorte àqueles que queiram acompanhar o presidente da República e seu filho;.
Promotor eleitoral no Ministério Público do Estado do Amazonas, Weslei Machado destaca que a janela de troca partidária que se abrirá em março só servirá para candidatos a prefeitos e vereadores. Ele alerta também que as assinaturas para criação da legenda só podem ser dadas por eleitores não filiados a partidos políticos. ;Precisam ser assinaturas de, pelo menos, um terço dos estados. Nessa etapa, da busca de apoio, não se admite assinatura digital. Devem ser físicas;, frisa. Zambelli afirma que já existe um projeto de lei pronto para ser votado e que garantiria a validade das assinaturas digitais.