postado em 19/11/2019 04:33
[FOTO1]O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito para investigar se o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos para conquistar a presidência da Câmara dos Deputados. O pleito ocorreu em 2014, e Cunha assumiu o cargo em 2015. Ele foi citado em depoimento prestado pelo ex-executivo da J Ricardo Saud, que firmou acordo de delação premiada com a Justiça. Além de Cunha, a investigação se refere a 18 políticos, como os deputados Carlos Bezerra (MDB-MT), Mauro Lopes (MDB-MG) e José Priante (MDB-PA).
Um inquérito sobre o caso está em andamento no Tribunal Regional Federal da 1; Região (TRF-1). Os parlamentares com foro, citados acima, devem responder no âmbito da Procuradoria-Geral da República (PGR), e os demais no TRF-1. O caso chegou a ficar parado mais de um ano na PGR, o que levou Fachin a questionar a demora da então procuradora-geral, Raquel Dodge. Ao assumir o cargo, o atual PGR, Augusto Aras, deu andamento.
Na peça enviada ao Supremo, assinada pelo subprocurador-geral da República, Bonifácio de Andrada, indica que Joesley Batista, da J, teria repassado R$ 30 milhões para a compra de votos a favor de Cunha entre os parlamentares. O objetivo seria que ele fizesse oposição à então presidente Dilma Rousseff, que sofreu um processo de impeachment aceito por Eduardo Cunha. ;Esse cenário probatório, ao menos tal qual delineado atualmente, aponta para a prática, pelos investigados, em concurso de pessoas, dos crimes de corrupção e de lavagem de capitais;, afirmou.
Os demais investigados são Newton Cardoso Júnior, Soraya Santos, Vital do Rêgo, Fernando Jordão, Geraldo Pereira, Manoel Júnior, Marçal Filho, Henrique Alves, Leonardo Quintão, Saraiva Felipe, João Magalhães, Toninho Andrade, Alexandre Santos e Sandro Mabel. Fachin é o relator dos casos da Lava-Jato, operação que investiga fraudes na Petrobras.
Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016, condenado a 14 anos e seis meses de prisão na Operação Lava-Jato pelo ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça. Ele cumpre pena no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro e está em prisão preventiva. O deputado federal José Priante afirmou que ;tem o maior interesse em que tal acusação seja passada a limpo e que a verdade seja apurada;. Ele declarou que as acusações são falsas e que nunca vendeu seu voto. Os demais citados não foram encontrados para comentar o caso.