Luiz Calcagno
postado em 19/11/2019 12:31
[FOTO1]Em documento enviado pelo Whatsapp à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, a empresa afirma que, de 15 de agosto de 2018 a 28 de outubro de 2018, baniu cerca de 400 mil contas por violação dos termos de uso. As violações teriam ocorrido, principalmente, por conta de disparos de mensagens. A companhia esclarece que criou limitações para coibir o disparo repetido de materiais. Apesar disso, o Whatsapp informou no ofício que, como a plataforma é criptografada, as punições a usuários que abusaram no disparo de mensagens foi baseada mais no comportamento desses usuários que no conteúdo dos envios.
Além de banir as milhares de contas, a plataforma explica, no ofício enviado ao presidente da CPMI, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que aumentou o poder de usuários para denunciarem conteúdos abusivos. A companhia também limitou o encaminhamento de mensagens, links e documentos a um número máximo de cinco chats por vez, o que dificultaria o disparo massivo de fake news, por exemplo, além de "encorajar o bloqueio e a denúncia de usuários que fazem contatos indesejados".
No documento em inglês, a empresa justifica, ainda, que, por conta do longo tempo desde o intervalo de informações solicitadas, entre agosto e outubro do ano passado, o Whatsapp não tem informações relacionadas às contas banidas no período. Entretanto, o texto reforça, parte das contas foram banidas por violação de termos de uso por suspeita de envios de spam, mensagens em massa e de envios automáticos. Cabe lembrar que o jornal Folha de São Paulo denunciou, em outubro de 2018, que empresas estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT.
Em outro depoimento enviado À CPMI, o Facebook informou que ;depois de uma rigorosa investigação;, a rede social removeu ;uma rede com 196 páginas e 87 perfis no Brasil; por violação do que chamaram de ;políticas de autenticidade;. ;Essas Páginas e Perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação;, informaram. A CPMI investiga, justamente, o uso de fake news e a possibilidade de matérias falsas, supostamente disparadas tanto pelo PT quanto pelo PSL, terem interferido no resultado das eleições.