postado em 20/11/2019 04:04
[FOTO1]O presidente Jair Bolsonaro não está mais no PSL. Uma semana depois de ter confirmado a deputados da legenda a ruptura com o partido, e as estratégias para a criação do Aliança pelo Brasil, ele assinou, ontem, o pedido de desfiliação. É o primeiro passo para levantar, oficialmente, a bandeira da futura sigla, cuja primeira convenção será amanhã. O senador Flávio Bolsonaro (RJ), destituído da Executiva Nacional do PSL no mesmo dia, foi outro a anunciar a saída da sigla. A desfiliação do presidente foi assinada e encaminhada ainda ontem, como informaram os advogados de Bolsonaro, Karina Kufa e Admar Gonzaga. O adiamento da entrega da carta de desfiliação para esta semana ocorreu devido a questões ;meramente burocráticas;. Karina garantiu que seu cliente está apto a assumir a presidência do Aliança e acumular com a Presidência da República. ;Não tem nenhum impedimento legal.;
Há, contudo, a possibilidade de Bolsonaro não assumir o comando da nova legenda. O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, destacou que o presidente está disponível para ;ajustar na construção dessa legenda em prol do povo brasileiro, e de um novo projeto político para o país;, mas ponderou que pode haver percalços. ;Embora colocando-se à disposição, ele vê algumas dificuldades em levar adiante a direção de sua nova legenda, mas não descartou essa possibilidade.; O governo segura os detalhes do partido para a convenção, na qual Bolsonaro estará presente. Karina, aliás, desconversou sobre a hipótese de Flávio assumir o comando do Aliança. Ela ressaltou que as decisões serão anunciadas na solenidade de amanhã, quando serão escolhidos os membros da Executiva Nacional. Adiantou, contudo, que um grupo lidará com as questões do partido e que não se tratará de uma legenda de ;um dono só; - numa crítica a Luciano Bivar, presidente do PSL.
Além do diretório nacional, serão apresentados o estatuto e o programa partidário.
Expulsão no DEM
O deputado estadual de São Paulo Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi expulso ontem do Democratas, que o elegeu à Assembleia Legislativa com pouco mais de 470 mil votos. Onze dirigentes do diretório paulista da legenda assinaram um requerimento pedindo a saída dele. Conforme parecer do Conselho de Ética, houve ;incompatibilidade de seus atos com os preceitos e deliberações do partido;.
O deputado vinha fazendo críticas públicas ao vice-governador, Rodrigo Garcia, presidente do DEM no estado, e a outros ex-correligionários, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Pelas redes sociais, Arthur disse que ;a decisão ; sintomática dos tempos em que vivemos ; reforça a ausência de sintonia entre o sistema político tradicional e as novas formas de expressão da vontade popular que meu mandato representa;. Em vídeo no seu canal do YouTube, debochou do seu desligamento. ;O DEM nunca teve interesse em mim, mas nos meus votos. Não me sinto representando parte do partido, mas sim o Arthur do Val e as pessoas que votaram em mim. Pretendo continuar desse jeito, não vou voltar uma vírgula em meu discurso.; (Colaborou Augusto Fernandes)