Politica

Bolsonaro lança novo partido com ataques a Witzel, antecipando 2022

Para o presidente, Witzel tenta ''destruir a reputação da família Bolsonaro'' usando a Polícia Civil do Rio de Janeiro

Rodolfo Costa
postado em 21/11/2019 15:20
[FOTO1]A solenidade de fundação do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro deseja fundar após ter deixado o PSL, serviu como pontapé inicial do projeto de reeleição em 2022, nesta quinta-feira (21/11).

Em uma fala de pouco mais de 30 minutos, Bolsonaro destinou parte dela para atacar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), a quem enxerga como desafeto e concorrente do mesmo espectro político na disputa eleitoral. Para ele, o chefe do Executivo estadual fluminense tenta ;destruir a reputação da família Bolsonaro;.

O presidente não poupou críticas ao governador. Começou falando que, se não fosse pelo senador Flávio Bolsonaro (Aliança-RJ), Witzel não teria sido eleito. ;Onde o Flávio ia, ele estava atrás. Acabaram as eleições e ele botou na cabeça que quer ser presidente. É o direito dele e de qualquer um de vocês, mas, também botou na cabeça dele o direito de destruir a reputação da família Bolsonaro. Minha vida virou um inferno depois da eleição do senhor Wilson Witzel, lamentavelmente;, criticou.

Para Bolsonaro, Witzel tenta destruir sua família e ;quem está ao lado dele; usando a Polícia Civil do Rio de Janeiro. ;Ou parte dela, a todo custo;, acusou. O sentimento de perseguição aos familiares diz respeito às suspeitas da Polícia Civil de um possível envolvimento de Carlos Bolsonaro (PSC), vereador na capital fluminense, com a morte da então vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.

Caso Marielle

Ao citar o filho, Bolsonaro disse que Carlos e Marielle tiveram uma única discussão enquanto vereadores. ;Acho que política. Agora, (os policiais) jogam para esse lado (de um suposto envolvimento do filho no assassinato);, criticou. O presidente lembrou que, em 9 de outubro, encontrou com Witzel no Clube Naval do Rio de Janeiro. Declarou que, na ocasião, o governador confidenciou a ele ter conhecimento das investigações feitas pela Polícia Civil.

Como inquéritos tramitam em segredo de Justiça, Bolsonaro crê que Witzel tenha alguma influência sobre as diligências da corporação. ;Perguntei (a ele) ;como tu sabe disso, se o processo corre em segredo de Justiça?; Já sabia das suas intenções. Vivia manipulando o processo e não aparece para a esquerda chegar aos mandantes verdadeiros. Interessa usar, agora, esse crime bárbaro que repudiamos para atingir reputação de pessoas outras. Não deu certo com o porteiro, mas, por coincidência, eu não estava lá;, comentou.

O presidente fez referência ao depoimento à Polícia Civil de um porteiro que teria autorizado a entrada de Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do assassinato de Marielle, após conversar com um ;seu Jair;. À Polícia Federal, contudo, mudou a versão em outro depoimento. ;A Globo começa dizendo o ;depoimento do porteiro; e dizendo que eu estava em Brasília. Isso não é pauta que tem que ser divulgada, essa possibilidade de um ser um dos mandantes do crime da Marielle Franco, e lamento muito. Esse é o trabalho em parte desse governador (Witzel) que tem obsessão de ser presidente e dizem uns que, em seu gabinete, usa faixa presidencial;, comentou.

Corrida contra o tempo

A nova sigla . Para existir formalmente, o Aliança pelo Brasil ainda precisa ser homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Para isso, deverá cumprir uma série de exigências, o que representa para Bolsonaro e os demais políticos que pretendem se juntar à legenda.

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