Bernardo Bittar
postado em 26/11/2019 14:20
[FOTO1]A interlocução direta entre os estados e os municípios brasileiros com a esfera federal, muitas vezes, é costurada pelos prefeitos no Congresso Nacional. Nesta terça-feira (26/11), a Câmara dos Deputados prestou homenagem aos 30 anos da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), com sessão solene de mais de duas horas no plenário da Casa.
Presidiu o evento o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), que destacou "a importância dos prefeitos, que estão empenhados em construir um Brasil mais justo". Cerca de 98 parlamentares estiveram no evento, segundo o aplicativo de monitoramento de atividades legislativas Infoleg, da Câmara.
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) defendeu que os prefeitos continuem trazendo "pautas com as suas reivindicações para apresentar ao presidente da República e ao Congresso Nacional". Edmilson Rodrigues (Psol-PA) homenageou a colega Luiza Erundina (Psol-SP), primeira presidente da FNP, que não esteve no evento.
Inicialmente, a Frente dos Prefeitos representava apenas as capitais. Atualmente, reúne as 406 maiores cidades do país (com mais de 80 mil habitantes). A representatividade beneficia os 60% da população responsáveis pela produção de 75% da riqueza do país, afirma o presidente da instituição, Jonas Donizette, prefeito de Campinas (SP).
Donizette explica que a FNP teve influência em grandes decisões envolvendo o legislativo, como a renegociação de dívidas dos municípios com a União, mudando o fator de juros, principalmente no Banco do Brasil. "Em Campinas, economizamos mais de R$ 300 milhões. E foi assim no país inteiro".
O prefeito citou a necessidade de um marco regulatório das entidades de representação federativa no Senado e destacou que a iniciativa do Mais Médicos, programa do governo federal para aumentar o número de profissionais nas cidades pequenas surgiu com a reivindicação da classe.
Chile
Carolina Tohá, prefeita de Santiago (Chile), foi a convidada especial do evento. "É importante que a gente responda às demandas da população, que cobra resultados das autoridades de governo. No Chile, atravessamos uma crise sem precedentes. Jovens e adultos, de direita e de esquerda, têm se manifestado de maneira massiva em busca de mudanças para que todos possam viver juntos no Chile".
Torá lembra que "nenhum partido político lidera o movimento "e que não se trata de "uma briga de ideologias". Para ela, o movimento reflete o descontentamento dos cidadãos "contra o conjunto da política" e "contra as pessoas com acesso ao poder". A prefeita finaliza explicando que "o maior clamor dos chilenos é pela dignidade".