Cristiane Noberto*
postado em 26/11/2019 17:18
[FOTO1] "O que o presidente da República quer é que venham para o novo partido deputados e políticos que sejam comprometidos com as nossas bandeiras da ética, moralidade e transparência. Tudo aquilo que a gente reclamou que o PSL não tinha é o que a gente quer na Aliança", afirmou o advogado Admar Gonzaga, secretário-geral da comissão provisória da Aliança Pelo Brasil, no programa CB Poder, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, desta terça-feira (26/11).
O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destacou que a participação da nova legenda nas eleições de 2020 depende apenas da resposta do TSE em aceitar por meio da biometria as mais de 490 mil assinaturas para a criação do partido.
Para Gonzaga, o ideal seria criar um aplicativo que coletasse a digital do eleitor, que já tem a biometria cadastrada no TSE, para gerar uma maior segurança e menor custo, assim desafogando os servidores do tribunal. "Agora você imagina, em 15 de janeiro, com 2 milhões e meio de assinaturas no colo dos funcionários da Justiça Eleitoral. Eu conheço eles, e são de emocionar de tanta dedicação. É desumano fazerem todo esse trabalho", lamenta.
"Quando ajudei a construção do PSD lá atrás, teve uma acusação de assinaturas falsas. Eu fui correndo para o interior de Santa Catarina, o primeiro foco era alguém que, se passando por apoiador, trouxe o título de eleitor de uma pessoa falecida para depois dizer que era fraude. Ou seja, uma sabotagem", disse.
Entretanto, segundo Gonzaga, caso o registro não ocorra agora, Bolsonaro não tem nenhum problema em apoiar candidatos de outros partidos. "O presidente da República não está iludindo ninguém. O que ele tem falado é que não tem nenhum problema de apoiar candidato de outro partido, pois ele está formando um partido. Então, ele poderá apoiar quem ele quiser e depois quem recebeu o apoio pode ir para a Aliança com toda a liberdade", afirma.
Sobre o número 38 do partido, o secretário afirmou que nada tem a ver com o calibre de uma arma, até porque o número não tem garantia. "Esse é só um número de preferência e não tem nada a ver com o arma de fogo, até porque o calibre .45 e o .50 é maior, além da metralhadora AR-15;, disse. "As pessoas, talvez por uma brincadeira ou uma visão distorcida e preconceituosa com o presidente, não percebem que ele é o 38; presidente da República Federativa do Brasil e ele costuma repetir sempre o versículo 38."
Ao ser questionado se vao concorrer a algum pleito eleitoral ou até mesmo ser indicado para ministro no STF pelo presidente, Gonzaga afirmou que pretende ficar somente na advocacia. "Fui chamado pelo presente que eu conheço, e quero colaborar pois acredito nele e eu vou fazer o meu papel técnico. A vida vai traçar os caminhos. Fui ministro do TSE e foi uma experiência maravilhosa, mas eu acho que advocacia muito mais dinâmica, entendeu? Julgar é muito sofrido", concluiu.
Confira a entrevista na íntegra
* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca