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Suspeita de destruição de provas motivou nova ação da PF contra Asfor Rocha

Ex-presidente do STJ é suspeito de ter atuado para anular a Operação Castelo de Areia mediante o recebimento de propina

Renato Souza
postado em 29/11/2019 10:21

[FOTO1]Durante a primeira fase da Operação Appius, no começo deste mês, a Polícia Federal suspeitou da ausência de computadores em escritórios de advocacia que foram alvos de busca e apreensão. O fato levou a corporação a deflagrar, nesta sexta-feira (29/11), uma nova ação contra o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha e o filho dele.

As equipes da PF percorrem escritórios de advocacia da dupla em São Paulo e Brasília. O cumprimento dos mandados foram autorizados pela pela 6; Vara Federal Criminal de São Paulo. Nas diligências do começo deste mês, a PF notou que alguns celulares tinham sido formatados, o que fez com que diversos arquivos, como conversas de texto e áudio por aplicativo, fotos, vídeos e documentos fossem apagados. Além disso, havia locais com impressoras e cabos de informática soltos, sem estarem ligados a computadores.

Essas condições levaram a suspeitas que as máquinas foram removidas para outro local e até mesmo destruídas para ocultar ou destruir provas. De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF), as novas diligências "mostraram-se necessárias diante de circunstâncias atípicas verificadas durante o cumprimento de outras medidas investigativas, como por exemplo a ausência de computadores na(s) residência(s) do(s) advogado(s) investigado(s), embora ali houvesse impressoras, cabos de rede e de energia e monitores, além da formatação de celulares com apagamento de dados e de outros fatos que denotaram possíveis ações de ocultação de elementos relevantes à apuração".

As investigações da Operação Appius tem como base a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci Filho e investiga o suposto pagamento de propina a agentes públicos para que a Operação Castelo de Areia, realizada em 2009, fosse anulada. Em 7 de abril, a quipe do ex-presidente do STJ afirmou que "o ex-ministro Antonio Palocci dissemina mentiras com base no que diz ter ouvido falar e que, por falta de consistência e de provas, essa mesma delação foi recusada pelo Ministério Público Federal".

Veja a nota da defesa de Cesar Asfor Rocha

"O escritório Cesar Asfor Rocha Advogados aguarda com serenidade as apurações baseadas em afirmações do ex-deputado Antônio Palocci. As suposições com que o ex-petista, já condenado por corrupção, tenta comprar sua liberdade não têm respaldo nos fatos"

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