Politica

Afastado procurador que atacou negros e índios

postado em 30/11/2019 04:13
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O Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Pará decidiu instaurar um processo administrativo contra seu ouvidor-geral, Ricardo Albuquerque, e aceitar o seu afastamento temporário. O motivo é um áudio que circulou nas redes sociais no qual o procurador afirma que ;o problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar;.

O procedimento vai apurar se a conduta dele foi incompatível com o exercício de ouvidor-geral e se ele deve permanecer no cargo. O Colégio também homologou o pedido de afastamento feito pelo próprio Albuquerque até que se conclua o processo administrativo, instaurado pela Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público. No lugar dele, assumiu temporariamente o vice-ouvidor Antônio Eduardo Barleta de Almeida.

Após a sessão do Colégio, o procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, anunciou as medidas adotadas, contra Albuquerque, a um grupo de representantes quilombolas e indígenas. ;A resposta do Ministério Público foi rápida e imediata, pois no dia seguinte ao fato foi instaurado o procedimento administrativo disciplinar pelo Conselho e hoje ocorreu a abertura do processo administrativo e a homologação do afastamento pelo Colégio de Procuradores. E nós vamos zelar para que também a resposta definitiva venha o mais rápido possível.;

Na manhã de ontem, os representantes dos movimentos sociais deram entrada no protocolo geral do Ministério Público com uma notícia-crime contra o ouvidor-geral afastado.

No áudio, Albuquerque falava para um grupo de estudantes de direito de Belém. ;Se você for ver sua família 200 (anos) atrás, nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizado aqui no Brasil. E não esqueçam ;vocês devem ter estudado história ;que o problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar. Até hoje.;

O tema da conversa era uma comparação entre o Ministério Público brasileiro e seu congênere nos Estados Unidos. No áudio, ele diz: ;O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar para os portugueses. E por isso que foram buscar pessoas nas tribos da África para vir substituir a mão de obra do índio no Brasil.;

Por meio de nota, Albuquerque disse que o áudio foi retirado de contexto.

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