[FOTO1]O porta-voz da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou, na noite desta segunda-feira (2/12), que o presidente Jair Bolsonaro não fará, ao menos por enquanto, a ligação para o presidente americano, Donald Trump, na tentativa de reverter a elevação das taxas de aço e alumínio brasileiros pelos Estados Unidos.
Rêgo Barros disse que, apesar da capacidade de Bolsonaro em estabelecer diálogo direto com o presidente Trump, o momento é "inapropriado". Segundo o porta-voz, o governo busca, inicialmente, estudar os impactos da medida para o Brasil e buscar uma solução que agrade aos dois países, por meio dos ministérios envolvidos no setor.
"Ainda não temos a profundidade devida sobre o tema para tomar decisão de pronto. É preciso estudar, analisar e conversar para, só depois, posicionar em relação ao governo americano. É lógico que o presidente acompanha isso com interesse, visto que isso é fator importante para o equilíbrio da balança comercial", apontou.
Intempestivo
Rêgo Barros disse ainda que não há "profundidade" devida sobre o tema e que fazer a ligação para Trump antes de uma análise rigorosa seria "intempestivo".
"Precisamos entender exatamente quais são os impactos da medida aplicada pelo governo americano sobre as taxações de aço e alumínio. Ao mesmo tempo, o presidente, como é comum nessas questões econômicas, se vale do Ministério da Economia, dos técnicos, para aprofundar o conhecimento, tomar sua decisão", afirmou.
"Então, seria intempestivo da parte do Bolsonaro, ainda sem conhecer todos os dados, efetivar uma ligação que, claramente, seria em tempo inapropriado em face de desconhecimento profundo do tema", ressaltou.
Real desvalorizado
Ao justificar o retorno da tarifação, Donald Trump escreveu no Twitter que "Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas, o que não é bom para nossos (norte-americanos) agricultores. Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países", acrescentou.
Após o anúncio, Bolsonaro disse que poderia ligar para o colega norte-americano. O vice-presidente, Hamilton Mourão, por usa vez, negou que o Brasil desvalorize o real propositadamente e atribuiu a medida dos EUA à tensão geopolítica que o mundo vive atualmente.
Outro integranto do governo que se manifestou foi o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, segundo quem a medida norte-americana "não preocupa" o Brasil.