postado em 07/12/2019 04:04
[FOTO1]Ambiente difícil
A ausência de uma política de preservação ambiental começa a custar caro ao governo de Jair Bolsonaro. Em uma reunião com investidores nos Estados Unidos, um consultor relatou ao Correio o constrangimento que sentiu ao tentar convencer o capital estrangeiro a investir no país. Ficou nítida a preocupação deles com a questão ambiental e a forma como vem sendo tratada pelo governo. ;Pela primeira vez, fui questionado pelos investidores sobre o compromisso ambiental do governo. Nunca se perguntou isso;, disse o consultor, citando que os ministros que mais recebem críticas são Ricardo Salles (do Meio Ambiente) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
;Os investidores estão atentos a tudo o que eles falam, seja em relação ao desrespeito ao Acordo de Paris, seja em relação às críticas ao presidente
da França, Emmanuel Macron, no caso das queimadas na Amazônia;, observou. O executivo disse ainda que, entre os europeus, a imagem do
país não anda nada bem. ;A preocupação maior é com a questão ambiental e a gestão complicada do Salles;, completou.
Direita cultural contra-ataca
Integrantes conservadores no meio cultural se organizam para pressionar, no Congresso, a retirada de um dispositivo da Medida Provisória (MP) encaminhada pelo governo batizada de ;A Hora do Turismo;. Entre os pontos propostos pela matéria está a isenção a hotéis do pagamento de direitos autorais por músicas tocadas nos quartos. O músico Lobão e o apresentador Danilo Gentili são alguns dos influenciadores que tentarão convencer os parlamentares.
Respiro palaciano
O clima na Presidência da República vai de bem a melhor. Além de vislumbrar uma melhora da atividade econômica, assessores comemoram, ainda que timidamente, a calmaria vinda dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Há menos de três meses, recordam que havia muita instabilidade institucional causada pelos herdeiros, com ataques disparados, sobretudo, pelo vereador Carlos Bolsonaro. A avaliação é de que só uma pessoa poderia ter feito algo para apaziguar os ânimos: o próprio pai.
Rumo ao Qatar... 2019
O Qatar será o país-sede da Copa do Mundo de 2022, mas Bolsonaro planeja ir lá antes. Aos mais próximos, tem dito que gostaria de ir prestigiar o Flamengo na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que ocorre entre 11 e 22 de dezembro deste ano. O desejo em ir pode se concretizar, sobretudo, se o Flamengo chegar à final. Para assessores, seria até uma oportunidade para estreitar relações com o país e, quem sabe, voltar com mais investimentos para o Brasil.
Teste do povo
A visita de Bolsonaro à Feira dos Importados, em Brasília, não foi uma decisão tomada a esmo. A leitura feita por interlocutores é de que, à medida em que saem boas notícias, o presidente fica mais animado a ;testar; a popularidade. O presidente sabe que não pode só pregar para os convertidos que o prestigiam no Palácio da Alvorada. Há um entendimento de que não pode se isolar nas redes sociais e ouvir os conselheiros mais próximos. A tendência é continuar ouvindo a célebre voz rouca das ruas.
Sempre alerta
Os ministros e demais conselheiros sabem que não vão conter o ímpeto de Bolsonaro em ir às ruas. Nem querem. Pelo contrário. Recomendam, no máximo, que ele avise com antecedência a ida às ruas. Com antecipação ou de sopetão ; uma marca do presidente ;,
o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pasta responsável pela segurança do chefe do Executivo, garante que toda
a equipe está preparada para qualquer surpresa. Há um reconhecimento de que são eles que têm de se adequar ao presidente, e não o contrário.
BC no escuro
A sede do Banco Central também foi atingida pela falta de luz ontem à tarde,
em razão do temporal que se abateu sobre Brasília. Um gerador a diesel foi acionado para manter a iluminação em áreas comuns. Algumas salas, no entanto, ficaram no escuro por cerca de meia hora. Não houve ocorrências no BC, e, segundo a assessoria, ninguém ficou preso no elevador.
Só dinheiro
Em um café da 202 Sul, na quadra ao lado da autarquia, o movimento da clientela foi afetado pelo temporal. Só era possível pagar a conta com dinheiro em espécie por causa da falta de luz. O problema em várias subestações da CEB e Furnas ontem deixou as regiões de Lago Sul, Asa Sul, Guará e Setor de Indústria e Abastecimento sem energia no início da tarde.
Carne salgada
A alta do preço da carne em novembro parece não afetar os restaurantes frequentados por personalidades políticas de Brasília. Em uma casa especializada em cortes argentinos, o carro-chefe com 600 gramas de bife sai por R$ 153. ;A clientela não reclama;, observa a gerente do estabelecimento.
Colaboraram Rodolfo Costa e Rosana Hessel