Agência Estado
postado em 07/12/2019 15:18
Apontado como exemplo de "renovação política" dentro do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse neste sábado, 7 que estará em 2022 onde o partido desejar. "Nos bastidores ou no palanque, eu vou dar minha contribuição. Mas no momento, meu foco integral é no governo do Rio Grande do Sul", afirmou no congresso nacional que a legenda realiza hoje em Brasília.
Leite tem sido alçado a "concorrente interno" do governador de São Paulo, João Doria, para a cabeça da chapa que concorrerá à Presidência da República em 2022. O governador gaúcho já foi elogiado como exemplo de "renovação política" pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, também dirigiu afagos públicos a Leite e, em entrevista ao jornal Valor Econômico, disse que Doria não era a única alternativa do partido para as próximas eleições presidenciais.
"É natural que a gente comece a olhar para o processo eleitoral futuro, 2022. O que eu mais quero colaborar é em construir uma agenda em que eu me veja pessoalmente representado e que eu acho que o PSDB representa: a moderação, a possibilidade de construir políticas sociais com uma política econômica moderna. Acho que isso é possível e eu vou dar minha colaboração, seja nos bastidores, seja de forma mais viva na vitrine onde me posicionarem", disse Leite.
Questionado sobre qual seria essa vitrine, o governador gaúcho disse que pode trabalhar em alguma coordenação ou até "participar ativamente com candidatura". Ao se eleger para o governo do Rio Grande do Sul, Leite prometeu na campanha que não buscaria a reeleição. Ele já foi prefeito da cidade gaúcha de Pelotas, posto para o qual não tentou o segundo mandato.
Leite defendeu a realização de prévias eleitorais para decidir qual será o candidato do partido, sem citar nomes. "É legítimo e importante que se façam prévias (eleitorais). O partido tem que estar aberto à participação de seus filiados", afirmou.
'Agenda conciliadora'
Durante congresso do PSDB, Eduardo Leite defendeu a construção de uma agenda conciliadora. O tucano disse não concordar que o congresso da legenda signifique um aceno à direita. "É possível unir perfil liberal na economia e ser progressista nos costumes", afirmou. "Não há que se escolher entre o Estado ser forte e atuar na vida das pessoas para promoção social ou dar espaço à iniciativa privada. Você pode conjugar (as duas coisas), e é isso que o PSDB representa."
Para ele, um partido político precisa ter disposição para mudanças e para "rever alguns conceitos".
"Não pode agora, que o perfil do eleitorado possa ter ido mais à direta, querer estar mais à direita do que ele está. O PSDB tem que estar onde sempre esteve, moderado, aberto ao diálogo, construindo alternativas. Não é estar no muro, isso não significa ausência de posição. Significa estar com convicção numa posição de moderação" disse.
"Entendo que o Brasil precisa encontrar, para o futuro, a possibilidade de um ambiente político mais sóbrio, mais sereno, que esse acirramento de ânimos em que se procura culpados dentro da nossa própria nação pelos nossos problemas seja compreendido como algo que não leva a lugar nenhum", acrescentou.
O governador gaúcho disse ainda que a atuação do Estado é necessária sobretudo para a inclusão social. "Num país com o abismo social como o Brasil tem, não tem como dizer que o mercado vai se encarregar de tudo, não vai", afirmou.
Leite disse ainda que quer ajudar o governo Jair Bolsonaro a construir uma solução econômica para o País, mesmo que não tenha total convergência com a pauta bolsonarista.