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Justiça quebra sigilo de pessoas ligadas a Flávio Bolsonaro

Ação tem relação com inquérito que investiga suposto esquema de rachadinha e tem como alvos Fabrício Queiroz e Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro

Renato Souza
postado em 18/12/2019 11:58
[FOTO1]O juiz Flávio Itabaiana de Olveira Nicolau, da 27; Vara Criminal do Rio, autorizou o Ministério Público a quebrar o sigilo telefônico e telemático (de dados on-line) dos alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira (18/11) para colher provas de um suposto esquema de rachadinha que envolveria o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Entre os listados está Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar.

Desde as primeiras horas do dia, equipes do Ministério Público do Rio passaram a cumprir mandados de busca e apreensão contra Queiroz; Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, quarto filho do presidente. Uma loja de chocolates de Flávio também foi alvo de buscas.

Equipes de investigação que teriam participado do esquema. Nem Jair Renan nem o pai dele são investigados no inquérito, que chegou a ficar parado por ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Movimentações atípicas

As ações fazem parte da investigação sobre movimentações atípicas na conta de Queiroz. A suspeita é que 74 funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), repassavam parte dos salários a ele.

Flávio nega ter cometido irregularidades. Em nota, seu advogado diz ter recebido a notícia da ação com surpresa, mas também tranqulidade, pois nada comprometedor será encontrado contra Flávio (leia íntegra abaixo). Queiroz afirma que o dinheiro movimentado teve origem na venda de automóveis. Ana Cristina ainda não se manifestou sobre o caso.

No despacho que autoriza o cumprimento dos mandados, o juiz permite ;acesso a extração de qualquer conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, inclusive registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos WhatsApp;.

A coleta de mensagens e ligações busca esclarecer informações relevantes sobre o caso e pode implicar o envolvimento de outras pessoas, inclusive autoridades com foro privilegiado.

Leia a nota de defesa de Flávio Bolsonaro

"Recebemos a informação sobre as novas diligências com surpresa, mas com total tranquilidade. Até o momento, a defesa não teve acesso a medida cautelar que autorizou as investigações e, apenas após ter acesso a esses documentos, será possível se manifestar. Confirmo que a empresa do meu cliente foi invadida, mas garanto que não irão encontrar nada que o comprometa. O que sabemos até o momento, pela imprensa, é que a operação pode ter extrapolado os limites da cautelar, alcançando pessoas e objetos que não estão ligados ao caso.

Frederick Wassef, advogado"

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