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Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 21/12/2019 04:04


A crise dentro de casa

Em seus balanços mais reservados, políticos aliados do presidente Jair Bolsonaro consideram que ele termina seu primeiro ano de governo com a economia em viés de alta e um diálogo mais aberto com os líderes partidários. Pelo menos, acabou a tal conversa de negociação com as bancadas temáticas, recurso usado na escolha de alguns ministros. Porém, não conseguiu resolver o papel dos filhos, o ponto nevrálgico. E as denúncias envolvendo o senador Flávio Bolsonaro só agravam a situação, sem prazo para resolver.

Por mais que o presidente tenha reiterado que não tem nada a ver com o caso de ;rachadinha; na Alerj, no qual 01 se vê enroscado, esse é o maior problema de Jair Bolsonaro que seguirá para 2020. Para completar, ainda tem Eduardo respondendo ao Conselho de Ética da Câmara por apologia ao
AI-5. E tudo isso promete esquentar justamente num ano eleitoral, em que a população estará mais atenta ao que ocorre na política. Vai incomodar e ameaça tirar, no mínimo, o verniz de quem prometeu não compactuar com qualquer malfeito.


Líderes sob teste

A intenção já descartada do presidente Jair Bolsonaro de vetar o fundo eleitoral de R$ 2 milhões atingiria em cheio o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, e do Congresso, Eduardo Gomes. Foram eles que, segundo os líderes, fecharam o valor com
os parlamentares, mediante o compromisso de que essa cifra seria sancionada.



Pede para sair

Entre os comandantes dos partidos, há quem diga que, na hipótese de veto, os dois líderes, ou um deles, vai perder o principal ativo da função, a confiança
de que acordos serão cumpridos.



Líder responde

;Não houve esse tipo de acordo. Afinal, não tínhamos como fazer acordo sobre algo que o governo já havia enviado. O presidente vai decidir com base na lei, e depois é que será possível fazer uma avaliação;, afirma Eduardo Gomes.


Flor do recesso/ A aposta dos políticos mais experientes é a de que o caso Flávio Bolsonaro (foto) vai tomar conta do recesso. É o vaso de flor da vez. Aquele que fica ao sol e sujeito a chuvas quando o Congresso está de férias e que, em fevereiro, voltará ao tamanho de uma plantinha inofensiva.

Quem muito fala.../ ...dá bom dia a cavalo. O problema é ultrapassar esse período até depois do carnaval. A avaliação dos especialistas é a de que, quanto mais o senador Flávio falar sobre as denúncias, mais vai se enrolar na história dos depósitos. Os investigadores vão apurar
cada detalhe.

Vão voltar todos/ O Planalto não está lá muito preocupado com a CNI/Ibope que detectou queda na avaliação do presidente. Afinal, ele fecha um ano de governo com boas perspectivas na economia e com indicadores melhores que os antecessores em questões de segurança.

E o Davi, hein?/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, diz que não vai se mexer para conquistar mais dois anos no comando do Senado, mas não nega a vontade de continuar no cargo. O recado está dado: alguém fará esse serviço por ele, propondo uma mudança que permita a reeleição no meio da legislatura. Hoje, é proibido.

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