postado em 28/12/2019 04:04
A Polícia Federal suspeita que os contratos firmados pelo Instituto Lula com a empresa G4 Entretenimento e Tecnologia Digital, de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, apresentam ;indícios de superfaturamento;, mas destaca não ser possível afirmar que existe irregularidade sem a ;realização de perícia pormenorizada;.
A informação consta no relatório de 130 páginas da PF que indicia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela suspeita de recebimento de propinas de R$ 4 milhões em forma de doações da empreiteira Odebrecht ao instituto.
Além de Lula, foram indiciados o ex-ministro Antonio Palocci, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o empresário Marcelo Odebrecht. Lulinha não foi alvo de indiciamento nesse inquérito.
Conforme a PF, foi identificada uma minuta de contrato entre o Instituto Lula e a G4, estimado em R$ 1,3 milhão, entre 2012 e 2014, para prestação de serviços técnicos especializados, como a gestão de acervo público audiovisual, coleta de discursos e entrevistas. Outro ponto destacado pela PF é o fato de todos os contatos em nome da G4 terem sido feitos pelo sócio da GKR Assessoria e Consultoria em Informática, que prestava serviços para a empresa de Lulinha. Segundo o relatório, ;esse quadro, aliado a outras constatações, apontaria, portanto, que a G4 poderia ter funcionado como uma intermediária financeira na prestação de serviços contratadas pelo Instituto Lula;.
Cristiano Zanin Martins, advogado do petista, afirmou que o ;indiciamento do ex-presidente Lula não faz nenhum sentido e que as doações ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem qualquer contrapartida;. A defesa de Lulinha não havia se manifestado até a conclusão desta edição.
Cargos em troca de apoio
O presidente Jair Bolsonaro deu dois cargos para senadores em troca de apoio no Congresso. O salário de cada função é de R$ 33 mil por mês, ou seja, quase 33 vezes o salário mínimo definido pelo governo para 2020. Foram presenteados os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Casa, e Eduardo Gomes (MDB-TO). Eles indicaram, respectivamente, Valder Ribeiro de Moura e Carlos Geraldo Santana de Oliveira para a diretoria da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Valder é amigo de longa data de Alcolumbre (os dois chegaram a dividir casa em Brasília) e Carlos Geraldo é sogro do senador Eduardo Gomes.