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Funcionalismo cresceu 123% em três décadas, mostra levantamento

Só em 2017, o país gastou R$ 750,9 bilhões com o pagamento de servidores ativos, o que corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB)

Vera Batista
postado em 30/12/2019 06:00

Só em 2017, o país gastou R$ 750,9 bilhões com o pagamento de servidores ativos, o que corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB)O recente estudo Três Décadas de Evolução do Funcionalismo Público no Brasil, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o funcionalismo público cresceu 123% no Brasil de 1986 a 2017, de 5,1 milhões para 11,4 milhões ; no mesmo período, o setor privado teve alta de 95%. O salto maior ocorreu nos municípios, com aumento de 276%, ou seja, eles têm seis de cada grupo de 10 funcionários do país. Os estaduais respondem por 50%, e os federais (incluindo civis e militares), por 28%.


De acordo com o levantamento, só em 2017, o país gastou R$ 750,9 bilhões com o pagamento de servidores ativos, o que corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O pesquisador Félix Lopez, responsável pelo estudo, destaca que a média dos salários dos federais é de R$ 7 mil; dos estaduais, em torno de R$ 3 mil; e dos municipais, de R$ 2 mil. Ou seja, em 2017 persistia a discrepância na remuneração dos três níveis federativos. Apesar de representarem 60% do setor público, os municipais ganhavam, em média, três vezes menos que os federais. Dos servidores nos municípios, 40% estão nas áreas de educação e saúde.

A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, com base em dados do próprio Ministério da Economia, nega ;o mito de que o Estado é intrinsecamente ineficiente;. No estudo Reforma Administrativa do Governo ; contornos, mitos e alternativas;, destaca que a Previdência, que contava com 18,9 milhões de beneficiários em 2002, passou para 30,9 milhões em 2018. O BPC (Benefício de Prestação Continuada) saltou de 2,3 milhões para 4,6 milhões, no período. Os procedimentos ambulatoriais do SUS chegaram a 3,8 bilhões em 2013, contra 1,8 bilhão em 2002. As matrículas na educação profissional, de nível médio, subiram de 279 mil em 2002 para 1,8 milhão em 2018. ;Dessa discussão, não se depreende que fazer mais com menos não seja importante, como, aliás, em várias áreas se faz mais com a mesma quantidade de servidores públicos;, assinala a Frente.

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