Politica

Reorganizar seções é saída

Correio Braziliense
postado em 09/01/2020 04:14
Se a licitação não vingar, serão usadas urnas adquiridas de 2009 a 2015

O secretário de tecnologia da informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, admitiu, ontem, que a Corte trabalha com um plano B, em caso de fracasso da licitação milionária para compra de novas urnas eletrônicas. De acordo com ele, o tribunal possui um plano de contingenciamento que prevê, inclusive, a possibilidade de nenhuma nova urna ser adquirida neste ano.

Na prática, se esse cenário se confirmar, a Justiça Eleitoral teria de reduzir o número de seções eleitorais e aumentar a quantidade de eleitores que utilizam cada urna reaproveitada das últimas eleições. Ou seja, mais gente teria de votar em cada equipamento eletrônico, o que pode provocar filas nas eleições municipais deste ano, entre outubro e novembro.

“Temos de trabalhar com todas as hipóteses, então, sempre consideramos a pior delas para o desenvolvimento de um plano de contingência. Vamos fazer toda uma estratégia de que, apesar disso, não tenha prejuízo para o eleitor, não haja filas”, disse Janino, depois da sessão extraordinária convocada às pressas pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, durante as férias dos magistrados.

A estratégia de otimização, explicou Janino, é utilizar o máximo de cada equipamento e colocar o maior número possível de eleitores em cada urna. “A ideia é fazer essa adequação no âmbito de local de votação. Tem a escola A, por exemplo. Dentro dessa escola, vamos redistribuir os eleitores, desativando algumas seções, distribuindo eleitores em outras, para que cada uma delas tenha o máximo de eleitores possíveis para votação.”

De acordo com Janino, o fato de a campanha de 2020 girar em torno da disputa municipal facilita a implementação desse plano B. Isso porque, desta vez, eleitores votarão apenas  para dois cargos  — vereador e prefeito —, com um tempo de votação inferior ao das eleições gerais, quando os brasileiros elegem até seis nomes — deputado estadual, deputado federal, senador (um ou dois, dependendo do pleito), governador e presidente da República.

“Agora, vamos ter uma eleição municipal de dois cargos. Isso diminui muito o tempo de votação, que chega a 30, 40 segundos, o que viabiliza que se coloque mais eleitores por urnas, considerando o tempo de votação menor”, argumentou. “Esse cenário favorece um plano de otimização de distribuição, de readequação de eleitores para cada equipamento.”

Caso a licitação naufrague, o TSE seria obrigado a utilizar as urnas adquiridas de 2009 a 2015, último ano em que o tribunal comprou os equipamentos. De acordo com a Corte, o parque de equipamentos disponível para as eleições é de 470 mil urnas, sem considerar a atual licitação. “A última urna adquirida foi em 2015 e, desde lá, não tivemos mais contratações de novas urnas. Então, nós estamos trabalhando, desde essa época, utilizando o parque disponível”, comentou o secretário.


"Vamos ter uma eleição municipal de dois cargos. Isso diminui muito o tempo de votação, que chega a 30, 40 segundos, o que viabiliza que se coloque mais eleitores por urnas, considerando o tempo de votação menor”
Giuseppe Janino, secretário de tecnologia da informação do TSE


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