Politica

Denunciado, assessor de Guedes é acusado de fraude em aportes da Funcef

Promovido a chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago é acusado de gestão temerária quando era conselheiro do Funcef. Ele nega irregularidades e diz estar à disposição do Ministério Público Federal

Correio Braziliense
postado em 10/01/2020 06:00
Colnago foi nomeado para assessorar diretamente o ministro Paulo GuedesHoras depois de ser promovido a chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago apareceu na lista de 29 denunciados, nesta quinta-feira (9/1), na Operação Greenfield por gestão temerária que causou prejuízo estimado em R$ 5,5 bilhões a fundos de pensão da Caixa Econômica, da Vale, do Banco do Brasil e da Petrobras, segundo o Ministério Público Federal. No período a que se refere a denúncia, entre 2011 e 2012, ele era conselheiro da Fundação dos Economiários Federais (Funcef). Os fatos teriam sido consumados em 2016. Somente para o fundo de pensão da Caixa o prejuízo foi de R$ 2.394.667.914,66.

De acordo com a denúncia, o rombo foi provocado por conselheiros e diretores dos fundos de pensão ao aprovarem aportes no Fundo de Investimento em Participações Sondas, da Sete Brasil, subsidiária da Petrobras. “Além da primeira subscrição, está sendo imputado crime especialmente em razão da aquisição de cotas (e dos aportes) da segunda emissão, em que se decidiu pelo aporte de — grosso modo — mais um bilhão de reais no FIP Sondas em condições absolutamente temerárias, de forma totalmente irresponsável para com os participantes e aposentados das fundações vitimadas”, diz um trecho do documento da Operação Greenfield.

Os procuradores requerem que os réus sejam condenados à reparação econômica e moral das vítimas, no montante equivalente ao triplo do valor do prejuízo causado pelos investimentos no FIP Sondas, atualizado pela Selic (taxa básica de juros da economia). O total ultrapassa os R$ 16 bilhões.

Por meio de nota, o Ministério da Economia afirmou que Colnago “está à disposição da força-tarefa da Greenfield, do Ministério Público Federal, para prestar os esclarecimentos relacionados à gestão dos fundos de pensão”. “O assessor esclarece que todas as atividades exercidas como membro do Conselho Deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) ocorreram em consonância com o regimento interno e demais normas legais”, ressalta o documento.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu início às mudanças em sua equipe nesta quinta-feira (9/1). Colnago foi exonerado do cargo de secretário adjunto de Fazenda para assessorar diretamente o ministro. Caio Megale, antes assessor de Guedes, ocupará uma diretoria de programa na Secretaria Especial de Fazenda.

Para o cargo anterior de Colnago foi nomeado Jeferson Luis Bittencourt. Ele era diretor de programa na Secretaria Especial de Fazenda e será o adjunto do secretário especial Waldery Rodrigues.

Delator

Referindo-se a fatos apurados pela Operação Lava-Jato, os procuradores citam delatores, como o ex-diretor de participações da Sete Brasil Eduardo Costa Vaz Musa, que afirmou que “a referida empresa foi constituída a fim de fazer prosperar um esquema de propinas que já estaria pré-definido por Pedro Barusco (pela Petrobras) e João Vaccari Neto (pelo Partido dos Trabalhadores)”. No caso específico da Funcef, os procuradores analisaram os riscos assumidos pelos diretores e conselheiros, e até mesmo expõem os áudios de reuniões em que os aportes teriam sido aprovados.

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