O chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, se pronunciou na noite desta quarta-feira (15/1) sobre a reportagem da Folha de S. Paulo que afirma que ele estaria recebendo, por meio de empresa da qual é sócio, a FW Comunicação e Marketing, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Bolsonaro.
Durante o discurso, Wajngarten explicou a criação da empresa e declarou que a reportagem é fantasiosa. Segundo ele, enquanto o presidente Jair Bolsonaro o quiser no cargo “continuará enfrentando grupos monopolistas e poderosos”.
“Tenham certeza que vou continuar com apoio do presidente e o ministro Ramos, vou continuar enfrentando grupos monopolistas e poderosos”. O chefe da comunicação presidencial disse ainda que não tem “absolutamente nada a esconder” e que ao ser nomeado ao cargo, saiu do quadro da empresa. Irritado, Wajngarten disse ainda que ‘se determinados grupos de comunicação ou institutos de pesquisa tinham nele a tentativa de construção de uma ponte de diálogo, essa ponte foi explodida hoje’.
“Eles estão mexendo com a pessoa errada, não é justo, não é correto, não é condizente com a relação humana. Não estou aqui nessa guerrinha a, b, c ou d. Eu não estou. Quando a comunicação estiver errada, vou dizer “está errado”. Quando o Fábio estiver errado, eu pego minha malinha e vou embora, o que não é o caso. Não foi nada justa a condução da matéria, não foi nada equilibrada a matéria, não foi nada imparcial a matéria. Nada, mas também a matéria não caiu de paraquedas. A matéria tem nome e sobrenome e se determinados grupos de comunicação ou institutos de pesquisa tinham em mim a tentativa de construção de uma ponte de diálogo, essa ponte foi explodida hoje. Fica aqui o meu recado”, concluiu.
Segundo o jornal O Globo, houve uma reunião no meio da tarde entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O presidente se colocou do lado do secretário, assim como Ramos, que por meio das redes sociais.
“A matéria da Folha de S. Paulo sobre o secretário Fabio Wajngarten é mais umas dessas maldades que se faz contra homens públicos. Fábio é um homem sério, honesto e dedicado ao governo ao país. Confio no trabalho dele”, escreveu Ramos.
Mais cedo, ao ser questionado sobre o caso na saída do Ministério de Minas e Energia, Bolsonaro encerrou a entrevista tempestivamente.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) por sua vez, afirmou pelas redes sociais que pedirá a convocação de Wajngarten para depor na Comissão de Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado e que apresentará uma uma notícia-crime junto à Procuradoria Geral da República (PGR).
“Ao contrário do q faz o presidente, não vamos aceitar outra denúncia d corrupção contra esse desgoverno ir p/ debaixo do tapete. Vou pedir a convocação do chefe da Secom, Fábio Wajngarten, p/ depor na CTFC do Senado e apresentarei uma notícia-crime na PGR”, afirmou.
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República também emitiu uma nota na qual defendeu o secretário e chamou a matéria de “desatinada e irresponsável”.
“Mais uma vez a Folha de S. Paulo investe de maneira desatinada e irresponsável contra o governo Bolsonaro, desta vez tentando apontar irregularidades na gestão de Wajngarten”, apontou.
Em outro trecho, a pasta ressalta que “o secretário se afastou da gestão da empresa, nomeou um administrador, e os contratos que ela mantém com diferentes veículos de comunicação e agências de publicidade ocorreram bem antes dele assumir o cargo”.
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