Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:06
As autoridades brasileiras investigam se existe ligação entre a fuga de prisioneiros em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e a de 26 detentos do presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, na madrugada de ontem. Assim como o caso do país vizinho, os detentos que escaparam no Acre têm ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) atuam nas investigações a pedido do governo do estado.
A informação sobre a participação das duas instituições no caso foi confirmada pelo Gabinete Civil do Governo do Estado do Acre. A segurança do complexo penitenciário, incluindo as três guaritas instaladas na muralha de sete metros, estava sob responsabilidade da Polícia Militar. No entanto, a parceria terminou ontem e não será retomada.
A juíza Luana Campos, que atuou durante oito anos na Vara de Execuções Penais do estado, produziu um relatório que apontou a possibilidade de fugas por meio da escavação de túneis, além de violações de direitos no interior da unidade. “Não há um equilíbrio entre direitos e deveres. Não há estudo, trabalho, e eles (presos) falam que são torturados diariamente”, destacou. “A Vara de Execuções Penais, na minha gestão, sempre enfatizou o quadro de poucos agentes penitenciários e a possibilidade de rebelião, aliado à estrutura velha dos pavilhões, que, sem reforma, podem ser facilmente cavados buracos na parede.”
Atualmente, 1.170 policiais atuam no Sistema Penitenciário do Acre e são responsáveis pela vigilância de oito mil presos. A maioria do total de encarcerados está no presídio de Francisco de Oliveira Conde. Os fugitivos ocupavam o Pavilhão L, onde ficavam os presos ligados ao PCC e ao Bonde dos 13, grupo regional associado à facção paulista. Esse foi o mesmo pavilhão onde morreram cinco pessoas em uma rebelião ocorrida em 2016. (RS)
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