Politica

Bolsonaro: Fenaj acha que eu tenho que ser subserviente e servil a imprensa

O presidente voltou a comentar levantamento que mostra que ele foi responsável por 121 de 208 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas, em 2019

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre o levantamento divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre ataques à imprensa.  A pesquisa mostra que, em 2019, o chefe do Executivo foi responsável por 121 de 208 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas, o que representa 58% do total. 

 

“A Federação Nacional de Jornalistas está me dizendo que a imprensa sofreu violentos ataques ano passado e 58% dos ataques quem é que desferiu? Eu. Então eu estou há alguns dias sem falar com a imprensa porque não quero mais magoar a imprensa. Eles estão reclamando. Então eu acho que se a Fenaj retirar, mudar esse posicionamento, eu volto a falar”, disse em transmissão feita pelo Facebook, nesta quinta-feira (23/1). 

 

E emendou: “No ano passado, nos seis primeiros meses, atendi mais de cem jornalistas. Durante uma semana, nesse quebra-queixo que eu geralmente faço na saída e na volta aqui na frente do Alvorada, numa dessas semanas, deu quase três horas de conversa com a imprensa. Mas quando alguns jornalistas ficam ali, abusando, logicamente a gente dá, no momento ali... Não tem soco, não tem tapa, nem teve nenhum palavrão até hoje. A gente responde também de forma um pouco exaltado porque somos seres humanos e a Federação não gosta. Acha que eu tenho que ser subserviente, servil e eternamente educado com eles. Até que estou sendo eu acho. Mas tudo bem”, apontou. 

 

Na manhã desta quinta-feira (23), Bolsonaro quebrou o “hiato” e falou com jornalistas antes de embarcar para a Índia. No último dia 22, Bolsonaro evitou falar com a imprensa na saída do Palácio da Alvorada e disse que era para evitar “agressões”, em alusão à pesquisa. Bolsonaro chegou a afirmar ainda que só voltaria a conversar com a imprensa quando o processo contra ele fosse retirado. O problema é que a Fenaj, que fez o levantamento, não entrou com uma ação na Justiça. A entidade nega ter entrado com alguma medida jurídica, embora admita que, junto de outras entidades, esteja articulando algum posicionamento.