Depois da exoneração, um novo cargo

Correio Braziliense

postado em 30/01/2020 04:04

Menos de 24 horas após ser exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ex-secretário executivo da Casa Civil Vicente Santini ocupará novamente um cargo na pasta. Desta vez, como assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil. A nova função foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de ontem.

Santini foi exonerado por Bolsonaro após ter utilizado um jato Legacy, da Força Aérea Brasileira (FAB), para viajar à Suíça e à Índia. A saída dele foi decidida no mesmo dia em que chefe do Executivo retornou da viagem a Nova Délhi, na terça-feira. O comandante do Planalto se mostrou incomodado com o uso da aeronave e afirmou que Santini deveria ter viajado em voo comercial, como fizeram ministros.

Para Bolsonaro, Santini não poderia ter gastado recursos públicos dessa forma. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral”, criticou. Segundo o presidente, a ação do então secretário era “inadmissível” e outras medidas poderiam ser tomadas contra ele.

Ainda ontem, foi publicada a nomeação do novo secretário executivo da Casa Civil, Fernando Wandscheer de Moura Alves, que já pertencia à equipe. Foi ele quem assinou a nomeação de Santini para a função, na qual será remunerado em R$ 16.944,90. No antigo cargo, o vencimento era de R$ 17.327,65, ou seja, diferença de R$ 382,75.

O Correio procurou a Casa Civil para comentar o assunto. A assessoria informou que o “presidente e Vicente Santini conversaram, e o presidente entendeu que o Santini deve seguir colaborando com o governo”. Nos bastidores, a informação é de que os filhos de Bolsonaro teriam pedido a permanência de Santini na pasta. Filho de general do Exército, ele é amigo de infância de Flávio e Eduardo Bolsonaro.