Politica

''Atrapalha o Brasil'', diz Maia sobre Weintraub

O deputado chamou de ''péssima'' a qualidade de administração do ministro da Educação

Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 13:34
Maia se queixou de tentarem relacionar suas críticas aos ministros com Bolsonaro e destacou que não teceu comentários sobre o presidenteEm coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30/1), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou duramente o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub. Foi direto ao ponto falar que o chefe da pasta “atrapalha o Brasil”, que ele está “comprometendo o futuro de gerações”, e chamou de “péssima” a qualidade de administração do discípulo do astrólogo e guru do Executivo, Olavo de Carvalho. Falou ainda de Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que chamou de “um bom quadro”, mas destacou que, por conta do radicalismo, terá dificuldades em sua gestão em 2020.

“De fato, o ministro da educação atrapalha o Brasil”, afirmou Maia ao destacar que a incumbência de contratar ou demitir ministros pertence à Bolsonaro. “Atrapalha o futuro das nossas crianças. Está comprometendo o futuro de gerações a cada ano que se perde com a ineficiência, o discurso ideológico e péssima qualidade na administração. Ele acaba prejudicando os anos seguintes da nossa sociedade”, disparou. “São casos distintos. Quem nomeia e quem demite é o presidente. Deixo claro que não fiz nenhuma crítica ao presidente da República. Nos últimos meses nossa relação tem ficado muito positiva. Com diálogo permanente. A gente tem conversado. Eu digo que muitas vezes eu vou divergir, mas de forma muito respeitosa, ao seu governo e à sua pessoa”, ponderou. 

Maia se queixou de tentarem relacionar suas críticas aos ministros com Bolsonaro e destacou que não teceu comentários sobre o presidente. “No caso do ministro da educação, pra mim, é um desastre. Acho que ele brinca com o futuro de milhões de crianças no Brasil e acho que é grave a forma como ele vem administrando o Ministério da Educação. Mas se vai demitir, se vai ficar, não tenho preocupação com isso. Esse não é o meu papel. Meu papel como cidadão e como político é dar minha opinião. Fui perguntado e dei minha opinião”, afirmou.

As afirmações de Maia tem por base um relatório elaborado pelo Legislativo. A coordenadora da comissão externa destinada a acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos do MEC, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) comentou sobre o documento na edição desta quarta (29/1). “Foi, sem dúvida, um ano perdido para a educação. O governo age com força no discurso, mas pouco fez para melhorar a educação no país quando se fala de coisas práticas, que chegam aos alunos e professores. Há falhas em todas as áreas observadas pelo relatório, algumas em maior ou menor medida, mas que juntas consolidam um diagnóstico de grande paralisação. Não identificamos a implementação efetiva de nenhum programa”, criticou. 

Os prognósticos para 2020, na visão da parlamentar, também são pessimistas. “A situação é bastante grave. Se levarmos em conta  os dois últimos governos, a atual gestão apresenta o menor número de agentes em cargos de confiança com experiência em instituições acadêmicas, na educação, ou em governo. Além disso, o número de exoneração nos cargos de confiança, flagrantemente superior à gestão anterior, demonstram instabilidade e falta de continuidade na gestão atual. Por fim, o percentual da verba descontingenciada executada pelo atual governo foi menor do que o percentual executado pelos governos anteriores. Por exemplo, o governo atual executou somente 4% da sua verba de investimento, enquanto o governo anterior no mesmo período executou 11%.”, explicou Tabata.

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