Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 04:23
As falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) colocaram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, na alça de mira do Congresso. O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), protocolou ontem requerimento para que Weintraub vá a plenário da Câmara justificar “a divulgação dos resultados (...) cercados de problemas e desinformação, (que) causou enorme preocupação entre as quase 4 milhões de pessoas que realizaram o exame”. Horas antes, no Senado, o ministro foi convidado a prestar os mesmos esclarecimentos, mas na Comissão de Educação do Senado.
Caso seja aprovado, o requerimento de Molon tem precedência sobre a ida de Weintraub para dar explicações. Segundo Molon, “durante o recesso, o governo praticou absurdos, barbaridades, que causaram sérios prejuízos à população brasileira, como o desastre do Enem, o caos do INSS e a improbidade do uso das verbas da comunicação. Por isso, no primeiro dia de trabalho, nós entramos com todos os requerimentos de convocação, e vamos chamar o governo à responsabilidade”, afirmou, acrescentando que protoclou requerimentos para que sejam convocados o ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar explicações a respeito da paralisação do INSS, e o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, para falar das denúncias de suposto conflito de interesse entre o cargo que ocupa e a sua empresa, a FW Comunicação e Marketing.
No caso do Senado, trata-se de convite para Weintraub prestar esclarecimentos na Comissão de Educação. Ele pode recusar, mas, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), se isso ocorrer, será convocado e não poderá se negar a atender.
“Esse foi o Enem mais bagunçado da história. Milhares de estudantes, por todo o Brasil, estão prejudicados porque não conseguiram entrar no Sisu. Esse senhor (Weintraub) não teria condição nenhuma de continuar como ministro da Educação. É despreparado. Conduz a pasta de forma ideologizada”.
Comissões
A lista de convocações de integrantes do Congresso vai além. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, será chamado para falar à CPI do Óleo no Nordeste. Já Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Felipe Martins, além de Fabio Wajngarten serão chamados para depor na CPI das Fake News.
De acordo com o presidente da CPI, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), Damares já havia sido convidada, mas se negou a comparecer e, por isso, será convocada. A ministra deverá falar sobre cyberbullying. Felipe Martins será questionado a respeito do chamado “gabinete do ódio”, que controlaria uma rede de descontrução de reputações nas redes sociais, segundo denúncias dos deputados Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP), de dentro do Palácio do Planalto.
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