A sede do Supremo Tribunal Federal (STF) passa por uma obra de restauração das esquadrias. O vitral comum está sendo substituído por um temperado, que não produz estilhaços em caso de quebra. Segundo a diretoria geral da Corte, o objetivo é, além de preservar o patrimônio histórico, melhorar a segurança para os frequentadores do prédio. O valor aproximado da reforma é de R$ 4 milhões.
“O prédio já tem 60 anos e as esquadrias necessitavam de reparos, pois apresentavam pontos de desgaste e ferrugem, o que demonstra fragilidade na estrutura de sustentação dos vidros. Além disso, era necessário reforçar a estrutura para a substituição dos vidros comuns pelos temperados. A identificação desses problemas foi feita pelas unidades de arquitetura e engenharia do tribunal, que recomendaram a intervenção na estrutura”, disse o diretor-geral do STF, Eduardo Toledo.
Em julho de 2012, um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) que fazia voo rasante durante cerimônia da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes acabou destruindo a fachada. Participavam do evento os modelos Mirage F-2000, que segundo as especificações podem atingir 2,2 vezes a velocidade do som, que é de mais de 330 metros por segundo. Segundo Toledo, o incidente despertou uma maior atenção ao assunto, mas a obra foi programada em função do desgaste da estrutura.
Um dos cartões postais de Brasília, esta é a primeira vez que o prédio inaugurado em 1960 passa por uma obra desse tipo. Idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2007. Qualquer intervenção nos monumentos tombados devem seguir critérios específicos em relação ao tipo de material e à técnica empregada para a conservação e a restauração, por isso o trabalho é acompanhado por uma equipe do Iphan.
Ao chegar na Praça dos Três Poderes, turistas se surpreendem com as obras no prédio, que começaram no fim do ano passado e se estenderam para além do período de recesso. Só em 2019, o local recebeu mais de 36 mil visitantes do país e do exterior.
Com a restauração o acesso de visitantes está restrito, no entanto não interfere no funcionamento normal do Plenário e das unidades localizadas no edifício. Somente nos dias de sessões plenárias, às quartas e quintas-feiras, as obras são suspensas no período da tarde. A previsão é de que a obra seja concluída até o fim de abril, quando as visitas poderão ser retomadas.
*Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca
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