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Para Bolsonaro, tamanho das terras indígenas no Brasil é ''abusivo''

A declaração foi dada durante uma solenidade no Palácio do Planalto, na qual assinou um decreto que transfere o Conselho Nacional da Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (11) que o tamanho das terras indígenas demarcadas no país é "abusivo". A declaração foi dada durante uma solenidade no Palácio do Planalto, na qual assinou um decreto que transfere o Conselho Nacional da Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-presidência da República.

 

“Foi deflagrada uma verdadeira indústria das demarcações de terras indígenas. Hoje temos o estado de Roraima praticamente tomado grande parte da Amazônia e existe no Brasil todo. Deixo bem claro que ninguém é contra dar a dar a devida proteção e terra aos nossos irmãos índios, mas da forma como foi feito… e hoje em dia reflete 14% do território nacional demarcado como terra indígena é um tanto quanto abusivo”, disse.

 

Bolsonaro lembrou que em seu primeiro mandato como deputado, na década de 90, atuou contra a demarcação de uma área da Amazônia "equivalente a duas vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro", segundo ele com "cerca de 9 mil índios", mas que foi derrotado na Comissão de Defesa Nacional da Câmara.

 

“Veja o estado de Mato Grosso. Para você escoar a produção de determinadas áreas, em algumas estradas tem que fazer zig zag porque não pode passar por cima de reserva indígena. Em boa hora, chegou nosso almirante Bento, de Minas e Energia, e apresentou um projeto que vai depender do parlamento, de modo que os nossos irmãos índios, se assim o desejarem,  poderão fazer nas suas terras tudo aquilo que o seu colega branco fazendeiro faz ali do lado. É uma maneira que nós temos de começar a resgatar isso que parecia que estava perdido”, apontou. 

 

O chefe do Executivo disse ainda que tem “muita esperança” em dar resposta àqueles que o criticam e que sejam implementadas políticas que demonstrem que a Amazônia é do Brasil. “No ano passado, um chefe de estado da Europa (Macron) ousou dizer que a soberania sobre a Amazônia não era nossa, era relativa. Outras autoridades falaram coisa semelhante no passado. Nós temos então que nos preparar. Temos a capacidade de nos anteciparmos a problemas e realmente implementar políticas que passem a cada vez mais dizer que a Amazônia realmente é nossa. E nós queremos que ela seja preservada, mas que também os seus bens não fiquem lá, simplesmente escondidos para sempre. Queremos a  Amazônia cada vez mais brasileira. A Amazônia realmente nos pertence e somente se interessando por ela e apresentando políticas que realmente possam mostrar que ela é nossa e que nós somos responsáveis pela sua soberania é que nós vamos reverter, se Deus quiser, aquilo que grande parte da mídia interna e externa fez contra esse pedaço de terra mais rico não só do Brasil, bem como do mundo”, afirmou.

 

Ao final, Bolsonaro desejou “Boa Sorte” a Mourão e disse que ele tem “competência mais do que suficiente” para que o conselho atinja seus objetivos.