Politica

Servidores entram com representação contra Guedes na Comissão de Ética

O argumento é de que Guedes violou o Código de Conduta da Alta Administração Federal e o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

Correio Braziliense
postado em 12/02/2020 06:00
homem de perfil com óculosA declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que servidores são parasitas continua gerando reações. Nesta terça-feira (11/2), houve protestos de funcionários dos três poderes. De manhã, um grupo das carreiras de Estado entregou representação na Comissão de Ética da Presidência da República. O argumento é de que Guedes violou o Código de Conduta da Alta Administração Federal e o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Na representação, o Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) destaca que Guedes cometeu “desrespeito gratuito e desmedido a 12 milhões de servidores públicos, que buscam, diuturnamente, prestar serviço de qualidade à população brasileira, além de não condizerem com o decoro do chefe de pasta que hoje congrega funções pertinentes à organização dos quadros de pessoal da administração pública”.

Comparar servidores a parasitas não tem contexto justificável, afirma o documento, já que o Código de Ética “impõe como dever do agente público o agir equilibrado entre a legalidade e a finalidade para que se consolide a moralidade do ato administrativo, bem como para que se preserve a honra e a tradição do serviço público”.

Também de manhã, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, o Fonacate apresentou o estudo O Lugar do Funcionalismo Estadual e Municipal no Setor Público Nacional (1986-2017), feito com a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, com dados que combatem os argumentos da equipe econômica sobre a reforma administrativa.

À tarde, cerca de 100 pessoas do carreirão se manifestaram na Esplanada, sem perder o bom humor. Criaram uma paródia da marchinha A Jardineira, ironizando o termo “parasita”. O título era “Pinochetar, especular, parasitar: a vida de Paulo Guedes”. Na letra, destacavam: “Ô, Paulo Guedes, sei que foste ao Chile/O que será que te apeteceu/Foi lá bancar o Chicago boy/Porque no Brasil tentou, mas não deu/Guedes-carrapato/Chupa o sangue do trabalhador/É um banqueiro/E só sabe especular/Como todo parasita/Ele quer privatizar”.

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