Correio Braziliense
postado em 12/02/2020 16:03
A reunião da comissão especial da Câmara que discute Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre a volta da prisão após condenação em segunda instância foi encerrada mais cedo após dois deputados quase partirem para a agressão fÃsica, na Câmara, nesta quarta-feira, 12.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, participava do debate com os parlamentares quando a confusão começou. Glauber Braga (PSOL-RJ) e Eder Mauro (PSD-PA) foram apartados por outros parlamentares. O clima começou a esquentar pouco depois de Braga referir-se a Moro como "capanga da milÃcia", "capanga da famÃlia Bolsonaro" e "mentiroso"
O ministro rebateu. "Quem protegeu milÃcia foi o seu partido", afirmou, em referência à s crÃticas feitas pelo PSOL ao chamado pacote anticrime. Um dos pontos da proposta era deixar explÃcito que milÃcias são organizações criminosas. O partido, contudo, considerava que as medidas, na verdade, não afetariam esses grupos.
Moro também chamou o parlamentar de "desqualificado". O presidente da comissão especial, Marcelo Ramos (PL-AM), tomou a palavra para cobrar respeito de ambas as partes. Enquanto isso, fora dos microfones, Eder Mauro passou a atacar Glauber. Usou palavras de baixo calão e chegou a dizer que a mãe do deputado do PSOL era "bandida". Glauber também xingou Eder.
Em seguida, o deputado do Pará se levantou e partiu em direção a Glauber. Nesse momento, Ramos declarou a reunião encerrada. Deputados se colocaram entre os dois para evitar agressões fÃsicas. Mesmo assim, a briga não cessou. Com o plenário já desmobilizado, os dois adversários se dirigiram quase ao mesmo tempo à mesa onde havia água e café à disposição dos deputados.
Uma nova discussão foi iniciada. "A tua mãe é uma bandida", disparou Eder Mauro. "O teu problema é que tu é gargantudo aqui dentro. Quero ver tu ser gargantudo lá fora, otário". Glauber também atacou. "Você é miliciano. É por isso que você ficou mordido. Tem uma milÃcia no Pará, por isso que ficou mordido. Mas eu não tenho medo de miliciano, não".
Um segurança da Câmara permaneceu entre os dois para mais uma vez evitar possÃvel pancadaria. Outros deputados e assessores também agiram para evitar agressões. O presidente da comissão classificou o episódio como incapacidade de alguns deputados conviverem em ambiente democrático. "A democracia é fruto de embate, de diálogo. Tem gente que consegue fazer isso com a palavra e tem gente que precisa agregar à palavra a ofensa e a ameaça de agressão fÃsica. Mas isso é muito menor do que a grandeza do resultado da audiência", comentou.
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