Correio Braziliense
postado em 13/02/2020 10:59
O presidente Jair Bolsonaro decidiu encerrar nesta quinta-feira (13/2) a “greve de silêncio” à imprensa. Na saída do Palácio do Alvorada, ele começou dizendo que a pauta única da entrevista seria o Amazonas, por estar acompanhado do deputado federal Átila Lins (PP-AM), e justificou o silêncio dos últimos dias.“Não falei com vocês, se tivesse conversado com vocês nos últimos dias, estaria tudo complicado, um rebuliço, porque tudo é deturpado, inventado, lamentavelmente. Vocês sabem como é que é, né? Não é só vocês, são os editores”. Em seguida, Bolsonaro afirmou que estuda a criação do “Ministério Extraordinário da Amazônia”, que executaria ações de preservação e de desenvolvimento da região. A ideia foi apresentada a ele pelo deputado.
No entanto, o chefe do Executivo reconheceu que pode enfrentar resistência. “Teria uma reação grande. Reação porque seria mais um ministério”.
Questionado se aceitaria a proposta da criação do ministério, apontou: “Levo para estudar, não posso aceitar aqui agora. Isso envolve despesa e o impacto negativo de mais um ministério. Se bem que nós estamos perdendo um ministério agora. Quando o Banco Central passar para a independência não sei se vai perder o status de ministério ou não, porque o objetivo do Banco Central ter ministério é evitar ações de primeira instância”, avaliou.
Perguntado se o ministro da eventual pasta seria o vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, Bolsonaro não respondeu. “Nem casei e já quer saber o sexo da criança!”, brincou.
Bolsonaro disse ainda que a Amazônia equivale a uma Europa ocidental. “É mole resolver o problema (ambiental).
O deputado Átila Lins apontou as atribuições que o ministério teria: “Seria o de fazer as ações integradas no Ministério Extraordinário ligados à presidência, Esse Conselho Nacional faria essa parte mais ampla mas o ministério seria o órgão executor, com uma estrutura enxuta e que ficaria ligado à presidência. Seria um ministério para cuidar da Amazônia”, explicou.
Em seguida, o presidente perguntou para o deputado: “Pega fogo na floresta amazônica sim ou não e por quê?”.
Lins respondeu: “Essa é uma coisa episódica. Todo ano tem isso. Queimou não sei quantos meses na Austrália, ninguém falou nada. A nossa floresta é úmida, ela se recompõe facilmente. Falei ao presidente que viajei de Tabatinga, região do Coruji duas horas e meia de avião, mata densa, floresta intacta, então são pequenos setores”.
Ao que o chefe do Executivo interrompeu: “Não pega fogo floresta úmida. Ninguém fala na Austrália. Pegou fogo na Austrália inteira ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou ontem que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo. Por coincidência estava com embaixador da Argentina. Olha, o papa é argentino, mas Deus é brasileiro”, afirmou.
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