Correio Braziliense
postado em 14/02/2020 06:00
As recentes mudanças na Esplanada dividem opiniões no mundo político, e a mais comentada é a ida do general Braga Netto para substituir Onyx Lorenzoni no comando da Casa Civil. Para o vice-líder do PSL na Câmara, Bibo Nunes (RS), a escolha do militar foi acertada e necessária. “Foi uma excelente decisão do presidente Jair Bolsonaro. Além da capacidade técnica, demonstrada, principalmente, durante a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, o general é um homem de diálogo, um conciliador”, elogiou.
Perguntado sobre a saída de Lorenzoni, que assumirá o Ministério da Cidadania, o deputado respondeu que “a Casa Civil estava precisando de mudanças”, em referência à crise que resultou na exoneração do secretário executivo da pasta, Vicente Vicentini.
Para o deputado Flávio Nogueira (PDT-PI), Bolsonaro confirmou ter dificuldades em estreitar as relações com o Congresso. “A Casa Civil e o Ministério da Justiça são dois ministérios tradicionalmente políticos. Por muitas vezes, o ministro da Justiça era encarregado de debelar crises, mas, agora, virou um órgão exclusivo de segurança pública. Talvez, tenha sido um desejo do ministro Sérgio Moro. E, agora, na Casa Civil, o presidente coloca um militar sem qualquer experiência com relações políticas”, criticou.
Para o cientista político Paulo Calmon, da Universidade de Brasília (UnB), a escolha de mais um general para o primeiro escalão reflete o isolamento do governo. “O grande número de militares em posições muito próximas ao presidente é incomum. Isso não havia ocorrido anteriormente”, ressaltou. “Demonstra o isolamento deste governo e a dificuldade do presidente em atrair talentos de outros setores da sociedade, especialmente do setor empresarial e do próprio setor público federal e estadual. Mas, além disso, preocupa a existência de um grupo muito homogêneo assessorando o presidente, notadamente marcado pela presença de militares.”
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