Politica

Reforma em troca de concursos

Presidente Jair Bolsonaro diz que só haverá certames essenciais. Os demais, apenas após a aprovação das novas regras para o funcionalismo público. Presidente volta a ressaltar que servidores atuais não serão atingidos pelas normas

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:05
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que receberá, hoje, a proposta da reforma administrativa: %u201CEspero que esta semana nasça essa criança%u201D


O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o novo texto da reforma administrativa será apresentada a ele, hoje, pela equipe econômica. Ele repetiu que as medidas não atingirão os atuais servidores públicos e que a proposta está na fase final de ajustes. “Estamos na iminência de mandar a reforma administrativa. Não vai atingir os já servidores. Não vai ser mexido nada no tocante a eles. A reforma está ultimando, né? Sempre tem um pequeno acerto a mais para fazer. Amanhã (hoje), a previsão é, à tarde, eu ser apresentado à nova proposta”, ressaltou. “Espero que esta semana nasça essa criança aí, que tá demorando muito para nascer. Tá parecendo filhote de elefante, né? Dois anos de gestação de elefante.”

Bolsonaro disse que conversaria ontem mesmo com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Outros assuntos serão tratados. Eu acho que a reforma administrativa está madura para ser apresentada. O que eu tenho falado para ele: a guerra da informação”, frisou. “Espero que a gente mande a proposta disso aí, faltam algumas alterações ainda. Daí vira manchete: ‘Servidor perde estabilidade’. Jogar todos os servidores contra mim. Essa questão da estabilidade é daqui para a frente, mas sabe como funciona a manchete dos jornais.”

O chefe do Executivo também falou sobre a garantia de estabilidade a determinadas carreiras. “Nós vamos ter algumas que serão propostas por nós e, depois, o Legislativo pode alterar e propor outras. Grande parte, a palavra final é do Legislativo. Ainda mais PEC (proposta de emenda à Constituição).”

Bolsonaro comentou ainda sobre um eventual congelamento de concursos públicos até a aprovação da reforma. “Não é travar (concurso público). É um peso muito grande o serviço público no Brasil. Vocês devem se lembrar da promulgação da Constituinte, a quantidade de trens da alegria, isso inchou os quadros. Se não fizer algo, atuais servidores vão ficar sem receber lá na frente. Então, não é travar. Concursos públicos, só os essenciais, essa que é a ideia”, reforçou.

“Reconheço o trabalho do servidor público. Temos as carreiras de governo, típicas de Estado, entre as Forças Armadas, a Polícia Federal, a Rodoviária, a Receita, a CGU (Controladoria-Geral da União), e outras, tem que ter estabilidade, sem problema nenhum”, ressaltou. “Tem concursos que foram feitos no passado, que nós demos prosseguimento agora: Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal. Se tiver necessidade, a gente vai abrir concurso, mas não podemos ser irresponsáveis e abrirmos concursos que poderão ser desnecessários.”

Ele abordou, ainda, um dos outros leques da proposta: “Uma coisa importante da reforma administrativa é a extinção de algumas profissões que não cabem mais. Hoje em dia, não se fala mais em datilógrafo, acabou datilógrafo. E repito: atuais servidores não vão perder nada.”

Assuntos estratégicos
O comandante do Planalto destacou que a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) não era utilizada de forma correta no passado. Antes, era subordinada à Secretaria-Geral da Presidência. Agora, está ligada diretamente ao gabinete presidencial, sob a responsabilidade do almirante Flávio Augusto Viana Rocha. “É como quando você faz uma mudança do quarto na sua casa de um lugar para o outro. Todo o time está unido. Objetivo é um só. A SAE, no passado, acho que não era utilizada da forma adequada”, criticou. Ele elogiou o novo chefe da pasta. “Fala seis idiomas, foi assessor parlamentar por volta de quatro anos, é muito querido em todos os locais em que esteve presente. Pessoa adequada, conciliadora, inteligente para ajudar nessas questões estratégicas do Brasil.”

     Sorteios na tevê
A equipe econômica do governo estuda a volta de sorteios na televisão. A informação é do presidente Jair Bolsonaro. “Eu vou discutir só quando chegar a proposta final à minha mesa. Se eu pedi para estudar (o assunto), é sinal de que existe a possibilidade”, declarou. A iniciativa é um pedido de emissoras e foi proibida nos anos 1990, por ser considerada danosa e prejudicial aos consumidores. Segundo a Folha de S. Paulo, a pedido da Rede TV!, principal interessada no negócio, de Record, SBT e Band, o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, articulou uma reunião, no fim do ano passado, entre os principais executivos dos canais e o presidente, para convencê-lo a levar à frente a proposta.


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags