Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:05
A Polícia Federal informou aos ministros do Supremo Tribunal Federal, ontem, que os 11 integrantes da Corte podem ser alvo de grupos criminosos. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, que conduz um inquérito sobre ameaças ao STF, os agentes abriram uma investigação para chegar até os autores. A princípio, as mensagens seriam “genéricas”, e não foram identificados planos elaborados para um ataque ao tribunal ou a seus integrantes.
O caso foi incluído no inquérito aberto no ano passado para investigar ataques contra o Supremo e que segue em segredo de Justiça. “Nas últimas semanas, monitoramentos de rotina, realizados pela PF, encontraram trocas de mensagens, via Deep Web, com ofensas e ameaças a autoridades da República (Ministros do Supremo Tribunal Federal). Tais ameaças eram genéricas e não traziam indícios de qualquer planejamento elaborado de possível atentado. Todavia, cumprindo seu papel institucional e de forma preventiva, a PF informou ao ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do Inquérito n.º 4781, sobre a existência de tais mensagens”, diz a nota da PF.
Moraes repassou a informação para o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que enviou, na semana passada, ofício aos demais magistrados solicitando que reforcem sua segurança pessoal. A informação sobre o alerta foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo. A reportagem do Correio confirmou com fontes no Supremo a existência de ofício alertando aos demais ministros.
Os agentes da PF interceptaram comunicações do grupo na camada profunda da internet e, na parte onde as mensagens foram encontradas, só é possível navegar por meio de convite ou tendo acesso a endereços específicos. O grupo que fez as ameaças teria inspirações no ataque contra a escola Tasso da Silveira, de Realengo, no Rio de Janeiro, cometido por Wellington Menezes de Oliveira – que, em 2011, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes; 12 jovens com idades entre 13 e 16 anos, foram mortos, e 22 ficaram feridos.
Nas conversas, o grupo responsável pelas ameaças fala que o acesso aos ministros do STF é fácil e que haveria poucas barreiras para se cometer um atentado.
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