Politica

Para AGU, Brasília pode manter chefe do crime

É o que defende a resposta remetida ao ministro Luís Roberto Barroso, que havia intimado o governo federal a se manifestar sobre ação do GDF para remover Marcos Camacho

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:05
Advocacia considera que o presídio federal tem condição de deter Marcola, e que a população está segura


A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a permanência de chefes de facções criminosas presos no Presídio Federal em Brasília, em ofício enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta-feira, o Governo do Distrito Federal (GDF) havia entrado com uma ação contra a permanência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), preso desde março de 2019, em Brasília.

Conforme apurado pelo Correio, a AGU respondeu a pedido do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, informando que a presença dos cabeças da organização criminosa não afeta a autonomia do DF. O esclarecimento salienta ainda que a instalação do complexo prisional federal não gerou qualquer impacto na segurança pública, seja porque o Fundo Constitucional sustenta a manutenção das polícias no DF e do Corpo de Bombeiros, seja porque vários recursos foram transferidos pela União para o DF nos últimos anos.

Na última quinta-feira, Barroso deu prazo de 72 horas para que o governo federal explicasse a presença de chefes de facções criminosas presos em Brasília. A AGU afirmou ainda que, de todas as penitenciárias federais, Brasília tem “a maior e melhor estrutura de apoio”, e que experiências internacionais mostram que os presídios podem ser instalados em capitais de estados soberanos, como ocorre em Paris, Berlim e Londres.

Reforço
Até 6 de maio, militares das Forças Armadas reforçarão a vigilância dos arredores do Complexo da Papuda, conforme decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), publicado em 7 de fevereiro. A medida foi assinada pelos ministros Sérgio Moro (Justiça), Fernando de Azevedo e Silva (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Ainda segundo a GLO, o emprego dos militares será realizado “em articulação com as forças de segurança pública competentes e com o apoio de agentes penitenciários do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça e Segurança Pública”. O Ministério da Justiça esclareceu que a decisão tem caráter preventivo, cujo objetivo é manter elevado o nível de segurança do local onde estão isolados integrantes de organizações criminosas.


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