Politica

Planalto cancela lançamento de programa de governo Temer remodelado

Devido a ''conflito de agenda'', presidente Jair Bolsonaro não participou de evento público e preferiu assinar documento a portas fechadas

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 18:19

A meta do programa agora sob a batuta de Bolsonaro é atender 200 mil empresas, das quais 50 mil serão atendidas pelo SebraeApós empossar os novos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro cancelou a solenidade de lançamento do Programa Brasil Mais, que aconteceria na sequência. Em meio à repercussão internacional das declarações do presidente pela manhã contra uma jornalista, e a forte desvalorização do real frente ao dólar, em grande parte, devido à piora nas projeções de crescimento da economia, o evento foi cancelado “por conflito de agenda”, segundo assessoria do Palácio do Planalto. 

 

De acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, o cancelamento ocorreu porque o presidente Jair Bolsonaro está reunido com alguns ministros para finalizar a proposta de Reforma Administrativa.   


A cerimônia, na verdade, seria um relançamento “com nova roupagem” do Programa Brasil Mais Produtivo, do governo Michel Temer. O objetivo da medida é aumentar a produtividade do setor privado, incluindo as pequenas e médias empresas dos setores de comércio e de serviços, com treinamentos e práticas para a melhora de processos. E, para isso, foi incluído como parceiro , o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O programa anterior, mais voltado para a indústria, tinha como parceiros a Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A coordenação ficou a cargo da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME). Apesar do cancelamento do evento, o termo para a ampliação do programa foi assinado no gabinete de Bolsonaro com os representantes das entidades e da Sepec, em evento a portas fechadas. 
 
O programa foi assinado pelo ministro da economia, Paulo Guedes; pelo secretário especial de Produtividade e Emprego, Carlos da Costa; pelo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet; pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e pelo diretor presidente do Sebrae, Carlos Mélis.      

A meta do programa agora sob a batuta de Bolsonaro é atender 200 mil empresas, das quais 50 mil serão atendidas pelo Sebrae. Um projeto piloto envolveu 70 empresas do setor industrial e as que tiveram mais sucesso conseguiram ganhos de produtividade de até 64%, de acordo com informações da CNI.

Conforme dados da Sepec, o programa reúne metodologias e ferramentas de baixo custo voltadas para melhorar a capacidade de gestão e de produção, para reduzir desperdício e aprimorar processos, em um cenário de transformação digital.  Para participar do programa, as empresas devem se cadastrar por meio do portal gov.br/brasilmais, responder a um questionário para avaliar o grau de maturidade, de produtividade e de gestão. 
 

Segundo Rêgo Barros, o programa Brasil Mais terá investimentos de R$ 1 bilhão. “Será o segundo maior programa de produtividade do mundo e o maior de transformação digital da América Latina”, disse. Não foi detalhado, porém, em quanto tempo será feito o investimento.  

 

O porta-voz da Presidência informou que o programa amplia o escopo do programa Brasil Mais Produtivo, criado pelo ex-presidente Michel Temer em 2016, que tinha ênfase na ampliação da produtividade, eficiência e competitividade da indústria, principalmente manufatureira.  “O Programa Brasil Mais tem a finalidade de agregar outras ferramentas de aumento da produtividade e de promoção de capacidades gerenciais nas empresas, além de incluir os setores de comércio e serviços e ampliar o atendimento a toda a indústria de transformação”, disse o porta-voz. O programa Brasil Mais Produtivo oferecia consultoria tecnológica para empresas inscritas.  

 

Segundo ele, o objetivo é integrar os serviços de parceiros estratégicos, como o Senai e Sebrae. O porta-voz informou que será disponibilizado uma plataforma única para iniciativas e para a difusão de informações e oportunidades para o aperfeiçoamento produtivo e o avanço digital. 

 

Rêgo Barros disse, ainda, que o programa terá quatro linhas: de conduta e sensibilização de cerca de dois milhões de pessoas; de otimização de 200 mil empresas; de transformação digital  de 50 mil empresas e de economia 4.0 de seis mil empresas. Também não foi detalhado como as empresas terão  acesso ao programa e quais os mecanismos de cada eixo. 

 


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