A sessão desta quarta (19/2) da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) das Fake News debate sobre o direito do depoente de mentir. O argumento do advogado de Lindolfo Antônio Alves Neto, um dos proprietários da empresa Yacows é que o requerimento de convocação feito pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP) não especificava se ele era testemunha ou investigado. Ficou definido que ele será tratado como investigado e, por isso, não teria o dever de falar a verdade para não produzir provas contra si.
Lindolfo respondeu evasivamente às primeiras perguntas, que confrontavam o depoimento de seu ex-funcionário, Hans River do Rio Nascimento, que acusa a Yacows de usar CPFs de laranjas para acionar chips e fazer disparo de mensagens. O presidente da CPMI, Ângelo Coronel (PSD-BA) fez as perguntas e também atendeu a perguntas de colegas do colegiado. O convocado disse que compra chips de outras empresas e de representantes de telefonias. Muitos são velhos.
O primeiro desentendimento ocorreu quando, atendendo uma pergunta do deputado Éder Auro (PSD-PA), que perguntou se ele fez trabalhos para o PT, PSDB e PSol. As legendas não admitiram a pergunta direcionada, que exclui os partidos governistas. Por fim, Ângelo Coronel perguntou se procuraram a empresa os candidatos Henrique Meirelles, Ciro Gomes, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.
“Henrique Meirelles, sim. É importante salientar que nós temos diversas revendas de agências que vendem nosso serviço com o nome deles. Pelo que disponibilizamos na lista de clientes, temos o Henrique Meirelles, Ciro Gomes, não me recordo, não está na lista. Fernando Haddad é um caso específico, pois uma agência que acredito que faça campanha para ele, já utilizava a plataforma e utilizou nossa ferramenta, então, foi feito indiretamente, mas não houve pagamento para nós”, afirmou.
A resposta gerou um novo bate-boca, e Lindolfo não respondeu se alguém ligado a Jair Bolsonaro procurou os serviços da Yacows. Parlamentares pediram que ele respondesse, mas, para dar fim à animosidade, o senador Ângelo Coronel deu a palavra à relatora, Lídice da Mata (PSD-BA) que, pelo regimento, era quem tinha direito à fala. Ela chamou a atenção que o presidente da comissão não deveria ter atendido às perguntas dos demais parlamentares e que o disparo de mensagem não é necessariamente crime eleitoral, mas precisa estar registrado e ser feito para uma base eleitoral voluntariamente cadastrada.
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