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''Vamos dar um desconto'', diz Marco Aurélio sobre Bolsonaro

Ministro do Supremo afirmou que Brasil tem problemas mais sérios a serem tratados em razão de polêmica criada por ato do presidente

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) minimizou o fato do presidente da República, Jair Bolsonarocompartilhar vídeos pedindo apoio a manifestações convocadas por apoiadores contra o Congresso Nacional e o Supremo.

Para o magistrado, diante do conteúdo divulgado, é possível avaliar que o presidente não fez convocação para as manifestações. "Não chamou, não chamou (manifestações). Você vendo o que se veiculou, hora alguma, ele, de viva voz chamou para estar na rua; Vamos dar um desconto e ser positivos, que o Brasil tem problemas mais sérios", disse o ministro ao Correio

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De acordo com Marco Aurélio, existem outros assuntos de maior relevância para serem tratados no momento. Ele citou, entre outros temas, o temor de uma epidemia de coronavírus, tendo em vista que o primeiro caso da infecção foi confirmado em um paciente de São Paulo. "Eu aponto as desigualdades sociais, que nos vergonha", completou Marco Aurélio.

A opinião do magistrado diverge de outros colegas da suprema corte. O ministro Gilmar Mendes pediu respeito pelas instituições e entre os Poderes da República.  "A CF 88 (Constituição Federal de 1988) garantiu o nosso maior período de estabilidade democrática. A harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes são pilares do Estado de Direito, independemente dos governantes de hoje ou de amanhã. Nossas instituições devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guardá-las", escreveu o magistrado, no Twitter.

À Folha de S. Paulo, o decano da Corte afirmou que se as informações forem verídicas, Bolsonaro "não está a altura do cargo".