Correio Braziliense
postado em 26/02/2020 15:34
O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, minimizou nesta quarta-feira, 26, o envio, pelo presidente Jair Bolsonaro, de um vÃdeo convocando para manifestações organizadas por apoiadores do governo no dia 15 de março. A divulgação dos atos nas redes sociais tem sido marcada por crÃticas ao Congresso. Em conversa com o Estado, o ministro afirmou que Bolsonaro "não seria maluco" de atacar o Congresso.
De acordo com Ramos, o presidente decidiu compartilhar o vÃdeo com amigos após ficar sensibilizado com as imagens, que incluem cenas de quando tomou uma facada, durante a campanha eleitoral de 2018, e de seu perÃodo de internação no hospital.
"O vÃdeo não fala do Congresso. É um vÃdeo de apoio ao governo, que ele recebeu, como recebeu muitos outros, e pelo tom emotivo, apenas repassou para uma lista reservada de pessoas. Só no privado", afirmou Ramos ao Estado. "Qual é a culpa dele nisso?", questionou o ministro, que passou o feriado de carnaval ao lado do presidente no Guarujá, no litoral de São Paulo.
O presidente compartilhou com seus contatos do WhatsApp dois vÃdeos. Um deles, revelado pelo BR PolÃtico, diz: "Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por fazer o melhor para nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15/3 vamos mostrar a força da famÃlia brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptÃvel. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro", diz o texto que aparece na tela, entremeado por imagens de Bolsonaro sendo esfaqueado, no hospital e depois em aparições públicas.
A divulgação do vÃdeo tem sido tratado como um endosso, por parte de Bolsonaro, à s manifestações e gerou reações no mundo polÃtico e nas redes sociais na terça-feira, 25. "Estamos com uma crise institucional de consequências gravÃssimas", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Twitter.
Ramos ressaltou, porém, que Bolsonaro "não sabe" quem fez o vÃdeo e citou o fato de ele não ter reproduzido os vÃdeos em nenhuma rede social, apenas no WhatsApp pessoal. "Ele não colocou no Twitter, não colocou no Facebook, nem no Instagran. Qual é a responsabilidade dele de terem divulgado isso nas redes abertas? Nenhuma. Zero. Não é culpa dele. Foram apoiadores que divulgaram. A fala oficial dele sobre isso está em um Twitter que ele publicou há pouco", afirmou.
Na postagem, feita na manhã desta quarta-feira, o presidente afirmou que fez "troca de mensagens de cunho pessoal, de forma reservada" e que "qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República".
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, apesar dos ataques, Bolsonaro "está tranquilo porque não fez nada de errado". "Quem não deve, não teme. O presidente está com a consciência tranquila. Ele não fez nenhuma dessas ilações que estão dizendo aÃ. Não disse uma palavra sobre Congresso. Ele não pode ser culpado por uma coisa que não fez", afirmou Ramos.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.