Correio Braziliense
postado em 27/02/2020 04:13
Às vésperas da posse da nova secretária especial da Cultura, Regina Duarte, e sem consultá-la, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio de Camargo, demitiu, por telefone, diretores negros da instituição. Entre os exonerados, estão os responsáveis pelas diretorias de Proteção Afro-Brasileira (DPA), Sionei Leão; de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP), Clóvis André da Silva; e do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (Cenirp), Kátia Martins.
Segundo informações de funcionários, confirmadas pela assessoria de comunicação, “ele próprio telefonou para os diretores de departamento”. Camargo retirou dos cargos somente negros com reconhecida trajetória em políticas públicas em defesa da cultura afro-brasileira. Nas ligações, o argumento dele foi de que precisa “montar uma nova equipe de extrema-direita”.
“Fomos pegos de surpresa. O presidente já estava autorizado a retornar, mas somente chegou na quinta-feira e estava tudo calmo”, contou Clóvis da Silva, que já foi secretário da Igualdade Racial em Porto Alegre. Ele chegou à Fundação em setembro de 2019 e disse que nunca participou de qualquer movimento de esquerda. “Sou um técnico. Direito social é progressista. Não sei onde ele incluiu extrema-direita no debate”, destacou.
Camargo foi nomeado presidente da Fundação Palmares em 27 de novembro. A escolha provocou uma enxurrada de críticas, pelos comentários racistas dele nas redes sociais. Em 4 de dezembro, a 18ª Vara Federal de Sobral (CE) suspendeu a nomeação, mas, no último dia 12, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou a liminar e autorizou a posse dele.
Ceará: comissão para fim da greve
Uma comissão com representantes dos três Poderes do Ceará foi criada, ontem, para negociar o fim da greve na Polícia Militar. Ficou definido que a seccional estadual da Ordem dos Advogados do Brasil vai representar o colegiado junto aos grevistas. Ontem, o presidente da entidade, Erinaldo Dantas, pediu aos PMS amotinados no 18º Batalhão, em Fortaleza, que lhe entreguem, por escrito, a pauta de reivindicações da categoria. A greve dos militares por reajuste salarial já dura nove dias.
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