Politica

Oposição discute ação de Bolsonaro em convocar atos contra os Poderes

Parlamentares decidiram que partidos de centro e oposição deverão compor uma agenda do Congresso

Correio Braziliense
postado em 03/03/2020 17:59
O grupo composto por 8 partidos de oposição entre eles estavam parlamentares do PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, Rede, PV e Unidade PopularA oposição se reuniu na tarde desta terça-feira (3/3) para debater ações em resposta à iniciativa de Jair Bolsonaro de disparar vídeos convocando para manifestações contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). O impeachment ficou de fora da pauta. Parlamentares decidiram que partidos de centro e oposição deverão compor uma agenda do Congresso, à parte das necessidades do governo. Além disso, o encontro também contou com a participação de entidades da sociedade civil, como Associação Brasileira de Imprensa (ABI), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O grupo debateu com o PCdoB, PT, PDT, PSol, PSB a necessidade de se articularem para as manifestações de 8 de março, do Dia Internacional da Mulher, de 14 de março, quando completam dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, e de 18 de março, pela educação e contra a reforma administrativa. Todos os movimentos já eram previstos antes da convocação dos governistas para 15 de março. O deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do bloco parlamentar PSL, PL, PP, PSD, MDB também marcou presença no encontro.

A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou a importância da criação de uma agenda própria do Congresso. Feghali também afirmou que ser a favor ou contra o veto não estava entre os tópicos do debate, e que essas posições deveriam ocorrer nas bancadas dos partidos.

“Estamos dando como perspectiva, primeiro, questão do veto, cada bancada vai decidir sua posição. Há uma reação tímida de alguns e mais dura de outros em relação ao presidente Bolsonaro. Ninguém concorda com o confronto que ele fez com o Congresso. Segundo, há uma possibilidade de que Bolsonaro recue de sua posição de confronto com o Congresso. Até onde ele vai, não sei, e até onde o Congresso vai, não sei. Ainda não sabemos o resultado desse cabo de guerra. De qualquer maneira, a nossa perspectiva além de fortalecer os atos de rua que já estavam convocados, a questão central é a agenda que vamos construir dentro do Congresso Nacional”, explicou a deputada.

A agenda, ainda de acordo com Jandira, substituiria a do governo, e não colocaria mais a sociedade contra o Congresso. “Nós queremos construir uma agenda que substitua a agenda do governo, que não coloque mais a sociedade contra o Congresso, com algumas pautas democráticas e agendas que envolvam questões importante para a sociedade brasileira. Isso vai desde derrubar decretos que o governo fez contra a democracia, indicação de ministro para o Supremo, envolve projeto da quarentena, BPC, Brumadinho, Fundeb. Queremos construir uma agenda da Câmara e é isso que estamos tentando construir com o centro unitariamente dentro da oposição. Foi uma conversa que abri com Arthur Lira e com outros líderes”, enumerou. “Embora tenhamos análises jurídicas em relação ao impeachment, a gente acha que não há correlação para isso”, completou.

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