Politica

Regina fala em ''carta branca''; Bolsonaro diz ter poder de veto

Depois de nova secretária da Cultura discursar dizendo que aceitou o cargo com promessa de liberdade para escolher equipe, presidente faz questão de pontuar que ainda tem poder de veto

Correio Braziliense
postado em 04/03/2020 15:35
A fala de Bolsonaro foi uma resposta ao que foi dito pela atriz momentos antes em seu discursoO evento de posse da secretária especial de Cultura, Regina Duarte, foi marcado por um mal-estar entre ela e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Enquanto a nova secretária disse, nesta quarta-feira (4/3), que aceitou o cargo sob a promessa de ter "carta branca" — expressão que significa ter a possibilidade de atuar da forma livre, escolhendo sua equipe de forma autônoma —, o presidente lembrou que manterá seu poder de veto. 

"Regina, todos os meus ministros também receberam seus ministérios sob porteira fechada. É um linguajar político. Ou seja, ele tem liberdade para escolher seu time. Obviamente, em alguns momentos, eu exerço poder de veto em alguns nomes. Já o fiz em todos os ministérios. Até para proteger a autoridade, que, por vezes, desconhece algo que chega ao nosso conhecimento. Isso não é perseguir ninguém; é colocar o ministério, as secretarias, na direção que foi tomada pelo chefe do Executivo", disse. 

A fala de Bolsonaro foi uma resposta ao que foi dito pela atriz momentos antes em discurso. "O convite que me trouxe até aqui falava de porteira fechada, carta branca. Não vou esquecer não, hein, presidente? E foi com esses argumentos que eu me estimulei e trouxe para trabalhar comigo uma equipe apaixonada, experiente, louca para 'botar' a mão na massa", afirmou Regina.  

A negociação para que a atriz ocupasse o cargo na Secretaria Especial da Cultura durou semanas e foi chamado de "noivado" e "casamento" por Regina e pelo presidente. A nomeação, que antes já havia sido amplamente criticado por artistas, recebeu também críticas pelas redes sociais de apoiadores de Bolsonaro. Isso porque foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (4/3) uma série de demissões.

Um dos demitidos foi Dante Mantovani, que ocupava a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e é aluno do escritor Olavo de Carvalho. Ele havia sido nomeado em dezembro do ano passado. Na ocasião, houve grande repercussão devido a posicionamentos de Mantovani em um canal no YouTube. Em alguns dos vídeos publicados, ele afirma que "o rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo".

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