Politica

Empresas contam versões diferentes

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 04:14
A CPMI das Fake News ouviu ontem o depoimento de Marcos Aurélio de Carvalho, proprietário da AM4, responsável pela publicidade do PSL e pelos vídeos promocionais de Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018. A empresa afirmou que não apagou as mensagens enviadas por WhatsApp pela terceirizada Yacows, contratada para disparar 20 mil mensagens a apoiadores cadastrados. O depoente sugeriu que o colegiado peça uma quebra de sigilo da firma subcontratada para entender o que aconteceu.

Em 19 de fevereiro, Lindolfo Antônio Alves Neto, dono da Yacows, afirmou que as contratantes têm poder para apagar o material, e que não sabe como aquelas mensagens foram apagadas. Ele disse que a empresa pagou pelo pacote de 20 mil, mas disparou apenas 900 mensagens.

Marcos Aurélio, porém, afirmou que foram 9 mil, e disponibilizou as impressões dos disparos. A polêmica em torno das mensagens deletadas ocorre porque, em outro depoimento, em 11 de fevereiro, Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, apresentou fotos de telas de computadores da empresa de disparo de mensagens com conteúdo de falso contra o então candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad. Ninguém sabe quem pagou pelos disparos dessas mensagens específicas, nem quantas foram enviadas.

“Mais uma vez fica claro o que se passa na CPMI. A AM4 só está aqui hoje porque trabalhou no governo Bolsonaro. E tudo o que tem a dizer é que prestaram um serviço de forma honesta e devidamente declarada. Estamos próximos de completar seis meses dessa CPI e, mais uma vez, temos uma sessão que não vai chegar a lugar nenhum”, defendeu a deputada Caroline de Toni (PSL-SC).

Segundo a parlamentar, de 21 oitivas, somente quatro foram de depoentes convocados pelos governistas. O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) destacou que a maior parcela de pessoas ouvidas foi de técnicos. Natália Bonavides (PT-RJ), por sua vez, lembrou o documento do Facebook sobre o assessor de Eduardo Bolsonaro para mostrar que os trabalhos estão trazendo resultados.




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