Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 04:05
Em uma nova fase da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, a Polícia Federal prendeu o ex-secretário nacional de Justiça Astério Pereira dos Santos. Ele é acusado de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro, pagamento de propina e de ter ajudado o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho a fugir da Justiça. Apelidado de Rei Arthur, ele é suspeito de comprar votos para que o Rio de Janeiro fosse eleito sede da Olimpíada de 2016.
De acordo com a PF, o esquema beneficiaria integrantes do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ). As investigações são baseadas em outras fases da Lava-Jato, como Calicute, Eficiência, Descontrole e Quinto do Ouro, e em delações premiadas de envolvidos, como o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Jonas Lopes. Antes de chegar ao cargo de secretário nacional de Justiça do governo de Michel Temer, Astério dos Santos esteve à frente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) na gestão Rosinha Garotinho, no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2006.
Durante as ações, a PF apreendeu R$ 118 mil em uma sala utilizada por Astério dos Santos em um escritório de advocacia no centro do Rio. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, emitiu nove mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. A operação, chamada de Titereiro, foi deflagrada para apurar crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O advogado Fernando Augusto Fernandes, que defende o ex-secretário, afirmou, em nota, que as acusações contra o cliente são falsas. “Astério Pereira dos Santos manteve vida exemplar, tendo prestado enorme serviço à sociedade como oficial, procurador de Justiça e secretário de Justiça. Ele acredita na Justiça e tem segurança de que, com os esclarecimentos prestados, o processo provará que a denúncia parte de informações inverídicas”, disse o texto.
Inquérito contra Renan e Barbalho
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou abertura de inquérito contra os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-AP). A intensão é investigar acusações sobre contratações fraudulentas na Transpetro. De acordo com o despacho, os contratos ilegais teriam sido firmados entre a subsidiária da Petrobras e nove empresas, como Galvão Engenharia, consórcio Estaleiro Atlântico Sul, Queiroz Galvão, Essencis, UTC Engenharia e GDK Engenharia. As acusações se baseiam em depoimentos válidos por acordo de delação premiada firmados no âmbito da Lava-Jato por ex-dirigentes da Petrobras e suas subsidiárias, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e de
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.
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