Correio Braziliense
postado em 07/03/2020 04:13
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou encontro com o presidente Jair Bolsonaro, hoje, na casa do americano, em Mar-a-Lago na Flórida. Um comunicado emitido pela Casa Branca afirma que um dos objetivos da reunião é analisar a crise na Venezuela. “O presidente Trump e o presidente Bolsonaro discutirão sobre oportunidades de construir um mundo mais próspero, seguro e democrático”, diz a nota. “Como líderes das duas maiores economias do Hemisfério Norte e Sul, eles também discutirão oportunidades para restaurar a democracia na Venezuela, trazer paz ao Oriente Médio, implementar políticas comerciais pró-crescimento e investir em infraestrutura. O presidente usará essa reunião como uma oportunidade para agradecer ao Brasil por sua forte aliança com os Estados Unidos.”
Na coletiva, ontem, sobre o plano do governo americano de combate ao coronavírus, Trump também comentou sobre o encontro: “Vamos jantar em Mar-a-Lago. Ele queria marcar um jantar na Flórida, se fosse possível. Então, faremos isso”.
Bolsonaro usou o Twitter para falar sobre a reunião. “Amanhã (hoje), terei novo encontro com meu amigo, Donald Trump. Discutiremos ações para aprofundar a cooperação entre Brasil e EUA nas áreas comercial, econômica e de defesa. Trataremos também de novos passos para fortalecer nossa aliança na busca por um mundo mais seguro e livre”, postou.
Mais cedo, no Alvorada, ele voltou a dizer que acabou a desconfiança em relação ao governo americano. “Queremos nos unir, nos aproximar cada vez mais. E devemos nos juntar com todos os países, mas, em especial, com os países melhores do que nós”, ressaltou.
É esperada ainda a assinatura de acordos bilaterais em áreas como tecnologia, investimentos e defesa. No último caso, os governos dos dois países firmarão um tratado pré-formatado, denominado RDT&E (pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação, na sigla em inglês), fundamental para a cooperação bilateral na área.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, na quinta-feira, que o Brasil está em fase final de negociação de um acordo militar com os EUA. “(O acordo) nos abriria a possibilidade de participar de fundos de investimento, nessa parte de tecnologia militar, muito vultosos, que chegam a US$ 100 bilhões.”
Ontem, Bolsonaro também falou sobre defesa. “Nós ficamos no tempo nessa questão. Defesa é investimento. Em especial, quando é por meio de pesquisa. O Brasil não pode ficar tão desguarnecido como está por sucateamento do seu material, que foi levado com muita ênfase nos últimos anos por um projeto de poder”, frisou. “As Forças Armadas despreparadas, desmotivadas, são um terreno fértil para que alguns aventureiros, ditadores, avancem em seus propósitos.” (IS)
Programa para facilitar entrada nos EUA
O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que dispõe sobre a implementação do programa Global Entry dos Estados unidos. O programa não dispensa a exigência de visto para entrar em território americano, mas facilita o processo de acesso ao país de cidadãos previamente cadastrados. Em março de 2019, durante visita aos EUA, Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump, assinaram declaração conjunta de cooperação para o desenvolvimento de iniciativa internacional de facilidade de viagem, que foi firmada em novembro de 2019. O decreto diz que a implementação do Global Entry ocorrerá em três fases. Na primeira, o programa será disponibilizado para até 20 convidados participantes do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA; na segunda, será disponibilizado para uma quantidade limitada de interessados; e, por último, ficará disponível para todos os brasileiros interessados. Caberá à Polícia Federal e à Receita Federal a competência de encaminhar manifestação conjunta, positiva ou negativa, sobre o preenchimento dos critérios para ingresso no programa pelos cidadãos brasileiros.
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