Correio Braziliense
postado em 09/03/2020 04:33
Visto pela direita como uma possibilidade eleitoral de peso, o Aliança pelo Brasil ficará de fora das eleições municipais de outubro. O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) avisou, na última sexta-feira, que a legenda “não ficará pronta a tempo para disputar as eleições de 2020”. Doutoranda em Ciência Política pela USP e professora de pós-graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Graziele Filotto afirma que havia uma grande expectativa de migração para o partido pela presença do presidente Jair Bolsonaro e a vontade de atrelar a imagem à dele. Com a frustração, a estimativa é de que esses pré-candidatos caiam numa espécie de vala comum das legendas, sem uma “escada” capaz de projetá-los eleitoralmente.
O recém-criado partido foi acusado de colocar entre seus signatários, para efeito de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pessoas que já morreram. Mas o golpe fatal no projeto de agremiação foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 4 de março, que julgou uma ação do Pros, argumentando ser inconstitucional a exigência de que apoiadores de novos partidos não sejam filiados a outras legendas. O Aliança tem recebido queixas de potenciais apoiadores, que têm dificuldades para se desfiliar das agremiações em que se encontram.
“Há uma decisão política de que é melhor a formação acontecer com calma. Não tem por que ter pressa. Queremos um partido para o resto da vida. É um partido que vai chegar muito bem estruturado e organizado para 2022 e para todas as eleições seguintes”, justificou Flávio. O senador afirmou que, apesar da decisão, o Aliança já teria mais de 1 milhão de fichas de apoiadores.
O partido também divulgou uma nota comentando o caso dos seis eleitores mortos incluídos na lista de apoiadores. Segundo a explicação, tratou-se de preenchimento de número de apoiador “ou alguma falha técnica similar”. Em um dos casos, segundo o esclarecimento, a pessoa morreu após declarar apoio, “um mês após o TSE homologar seu apoiamento”.
“Informamos que das mais de 91 mil fichas lançadas no sistema até o momento, apenas 16% foram consideradas inaptas pelo TSE, em grande parte pelo fato de o apoiador ainda constar para a Justiça Eleitoral como filiado a algum outro partido”, informa a agremiação.
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