Correio Braziliense
postado em 10/03/2020 15:33
As declarações do presidente Jair Bolsonaro, somadas as convocações para que manifestantes saiam ás ruas contra o Congresso e o Poder Judiciário, tem incomodado ministros das mais alta Corte do país. Em relação aos atos convocados após a fala do general Augusto Heleno, que disse que o parlamento "chantageia o governo", a avaliação é de que não é o momento de se manifestar publicamente.A intensão é evitar uma radicalização do cenário político. No entanto, as acusações contra a lisura das eleições de 2018 são consideradas graves, não por conta de terem saído da boca de Jair Bolsonaro, que já havia feito acusações parecidas na época da campanha - mas sim por serem ditas por alguém que ocupa o posto de presidente da República.
Nesta terça-feira (10), três ministros rebateram publicamente as declarações do chefe do Executivo. A ministra Rosa Weber e os ministros Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello, tods ocupantes de cadeiras no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo Rosa a presidente da Corte, refutaram as alegações de fraude.
A ministra Rosa foi enfática ao afirmar que o TSE não aceitaria qualquer irregularidade no processo eleitoral. "Que fique muito claro: a Justiça Eleitoral não compactua com fraudes. Não compactua com fraudes", disse. 'Eu mantenho a minha convicção quanto à absoluta confiabilidade do nosso sistema eletrônico de votação. "Agora, se há fatos novos, se há provas, que possam nos ser oferecidas, nos vamos examiná-las com o mais absoluto rigor e com total transparência, justamente no sentido da sua apuração", disse.
O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que vivemos "tempos estranhos" e afirmou que não houve críticas credíveis sobre as eleições. “Como eu disse anteriormente: Tempos estranhos. Pelo menos de tédio nós não morremos. Em 1996 capitaneei as eleições. De lá pra cá, não houve impugnação ao sistema minimamente séria. Se persevera a vontade do eleitor", afirmou.
Já o ministro Barroso afirmou que este tipo de acusação precisa de provas para ser apresentada. “Nós nunca tivemos qualquer evidência objetiva de fraude. O sistema é totalmente confiável, respeitado mundialmente. Agora, se alguém trouxer alguma prova, alguma evidência, estou pronto para examinar, a gente tem sempre espaço para aperfeiçoamento. Agora, não pode ser uma coisa retórica, tem que ser uma coisa fundada em elementos objetivamente aferíveis. Não pode ser ‘eu acho’, é preciso que haja elementos”, disse.
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