Politica

Quantidade representa 6,9% dos já existentes

Correio Braziliense
postado em 17/03/2020 04:16

Os dois mil leitos de UTI que o governo federal vai instalar nos estados representam 6,9% da quantidade de UTIs adultas que existem registradas no Ministério da Saúde. No total, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), são 28.885 leitos de UTI em todo o país com a participação da União, ou seja, são aquelas em que o governo federal contribui com repasses para a manutenção.

Existem, ainda, leitos mantidos por estados e municípios, mas a quantidade é pequena, não chegando a mil, segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame. Apesar de o número parecer pequeno em comparação com o equipamento público já existente, essa era uma demanda dos secretários de Saúde. A partir de hoje, serão liberados aos governos 540 leitos a serem distribuídos com base em critério populacional, uma sugestão do próprio Conass, somado à definição de que todo estado deve ficar com, no mínimo, 10 leitos. “Foi um critério para tratar com equidade os estados, criando um critério mínimo de 10 leitos e uma distribuição equitativa, por habitantes”, explicou Beltrame.

O Conass também havia reivindicado ao Ministério da Saúde um repasse de R$ 4,50 por habitante para o custeio de ações de atenção de média e alta complexidade, o que daria R$ 945,7 milhões. O governo federal acabou repassando cerca da metade — R$ 2 por pessoa, chegando a R$ 424,1 milhões. A autorização foi publicada, ontem, na edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Segundo o presidente do Conass, ficou acertado que, em caso de necessidade, o Ministério da Saúde poderá liberar mais recursos. “Quando demonstrar que gastou tudo, vamos discutir repasses adicionais. Mas isso pode acontecer em velocidades diferentes em cada estado”, disse.

Os secretários de Saúde também tinham pedido que o governo federal “habilitasse” os leitos que hoje são custeados somente por estados ou municípios. Habilitar um leito significa que o Ministério da Saúde fará parte do repasse para custear o equipamento. Esse pedido, por enquanto, não foi atendido. O número, entretanto, não é grande: são menos de mil, segundo Beltrame. Ele afirmou que existe um compromisso de habilitar os leitos o mais breve possível. Entretanto, diferentemente dos dois mil anunciados pelo governo federal por seis meses, esses serão uma despesa permanente.

A quantidade de leitos cadastrados no CNES serve como base para que o governo federal faça o repasse aos estados e municípios. O número, entretanto, nem sempre é confiável, podendo existir casos em que o leito deixa de existir, mas continua constando no sistema — que é abastecido pelos próprios estados e municípios. Assim, o repasse continua acontecendo, mesmo sem o leito real.

Beltrame afirmou que o inverso também acontece: o aumento de leitos, mas sem uma atualização do cadastro por parte do gestor. Segundo ele, a qualidade da informação do CNES melhorou bastante nos últimos anos, ainda que não seja absolutamente fiel.


  • Distribuição estadual
    Veja a quantidade de leitos de UTI adulta que cada estado tem e a distribuição de 540 leitos ofertados pelo governo federal de forma imediata

    UF    Leitos de UTI adulto    Leitos a mais

    Acre    48    10
    Alagoas    299    10
    Amazonas    271    10
    Amapá    46    10
    Bahia    1.478    40
    Ceará    802    20
    DF    929    10
    Espírito Santo    716    10
    Goiás    1.053    20
    Maranhão    572    20
    Minas Gerais    3.096    50
    Mato Grosso do Sul    352    10
    Mato Grosso    592    10
    Pará    613    20
    Paraíba    454    10
    Pernambuco    1.348    20
    Piauí    227    10
    Paraná    2.016    30
    Rio de Janeiro    3.968    40
    Rio Grande do Norte    458    10
    Rondônia    231    10
    Roraima    25    10
    Rio Grande do Sul    1.630    30
    Santa Catarina    843    20
    Sergipe    241    10
    São Paulo    6.452    80
    Tocantins    125    10
    Total    28.885    540

    Fonte: Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)

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