Correio Braziliense
postado em 18/03/2020 18:14

“Mas acredito que ainda dá tempo pelo menos do governo exigir nos aeroportos; uma fiscalização melhor das pessoas que chegam ao Brasil. Até agora, nada foi feito. Não há nenhuma restrição de acesso, fiscalização”, disse. Para o deputado, esta é uma questão de emergência, assim como a situação das fronteiras. “O Brasil não fechou as fronteiras, mas outros países estão fechando. A questão dos aeroportos eu imaginava que estava sob controle, mas pelo jeito não está”, afirmou.
Apesar das críticas, Maia disse que o governo “começou a avançar no caminho certo”. “Hoje eu vi uma foto de um governo tentando organizar o enfrentamento à crise. Acho que hoje pela primeira vez a gente tenha visto uma foto onde a sociedade fala: ‘Agora sim começaram a se preocupar com a vida das pessoas’”, pontuou. Maia se refere aos anúncios feitos pelo governo federal em entrevista à imprensa na tarde desta quarta-feira. Bolsonaro apareceu ao lado de vários ministros, todos de máscara, para falar sobre o decreto de calamidade pública e outras medidas.
A Câmara votará nesta quarta-feira o decreto de calamidade. Maia afirma que a decretação vem na linha do que o parlamento vinha cobrando desde a semana passada. “A solução dessa crise é necessariamente o governo colocando recursos para proteger os brasileiros mais simples e vulneráveis, proteger os empregos, garantir que o setor privado, as pequenas e médias empresas, continuem vivas”, disse.
O decreto abre um espaço fiscal, conforme explicou, para que o governo possa aplicar mais recursos na área da Saúde. Isso porque ele deixa a União livre para aumentar os gastos públicos, não precisando cumprir a meta fiscal cujo déficit previsto para este ano é de R$ R$ 124 bilhões. A matéria precisará passar, ainda, pelo Senado Federal. O relator na Câmara é o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
Reunião
Rodrigo Maia afirma que não poderá ir à reunião marcada pelo presidente Jair Bolsonaro entre eles e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - que, inclusive, foi diagnosticado na tarde desta quarta-feira com coronavírus. “Preciso votar as matérias. Acredito que a minha agenda hoje vai ser extensa”, disse, antes de ser divulgada a informação sobre Alcolumbre.
Questionado se remarcaria a reunião, respondeu: “Estou à disposição sempre. Eu sou uma pessoa que tento ‘tocar’ o meu trabalho pelo diálogo de temas relevantes que de fato interessam aos brasileiros. Não fico com coisas secundária que não estão diretamente relacionadas com o enfrentamento da crise. Posso me encontrar com o presidente no Palácio, na Câmara, no Senado, em qualquer ambiente. A gente pode encontrar com uma pauta definida. Nesse momento, o nosso tempo tem que ser focado numa pauta definida.”
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