Politica

Após pronunciamento de Bolsonaro, Witzel pede que pessoas fiquem em casa

Governador do Rio de Janeiro evitou críticas ao presidente, dizendo apenas que discorda da opinião do chefe do Executivo nacional e reitera que população continue em quarentena

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 16:45
Governador do Rio de Janeiro evitou críticas ao presidente, dizendo apenas que discorda da opinião do chefe do Executivo nacional e reitera que população continue em quarentenaDepois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, voltou a pedir que a população do estado permaneça dentro de casa para evitar um aumento do número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. “Peço mais uma vez ao povo fluminense: fique em casa. Siga as recomendações. Não queremos acabar com as empresas, exterminar empregos. Queremos preservar vidas. Ressuscitar a economia a gente consegue. Ressuscitar quem morreu é impossível”, escreveu em sua página na rede social Twitter.

Witzel se reuniu por meio de videoconferência com o presidente e os outros governadores do Sudeste na manhã desta quarta-feira (25/03). O encontro foi marcado por um bate-boca entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Na ocasião, o tucano criticou o pronunciamento feito pelo presidente nessa terça-feira (24/03) em rede nacional, no qual ele voltou a chamar a pandemia do novo coronavírus de "gripezinha", criticou governadores que tomaram medidas restritivas e culpou a mídia pelo que chamou de "histeria".

O governador pediu que a população continue em casa, em quarentena, até o próximo dia 4 de abril, quando será avaliada a situação e poderá haver um ajuste nas atividades produtivas. “Não queremos quebrar as empresas, não queremos quebrar o Brasil, exterminar empregos, mas queremos preservar vidas”, disse em entrevista coletiva. 

Witzel frisou que mesmo após pronunciamento do presidente, os empresários devem continuar seguindo as determinações do governo estadual, das autoridades sanitárias, e frisando que aqueles que descumprirem estão sujeitos a responder por suas ações e omissões. “A determinação é clara: fique em casa. Peço encarecidamente àqueles que ouviram ao pronunciamento ontem, que aguardem. Pronunciamento não tem validade jurídica; pronunciamento é opinião política”, disse. 

O chefe do Executivo do Rio evitou criticar o presidente após a reunião, elogiando a abertura para diálogo e dizendo apenas discordar do que foi dito por Bolsonaro em pronunciamento. Segundo ele, o governo federal respondeu de forma positiva aos anseios em relação às medidas econômicas no estado, e disse esperar que o presidente mantenha o canal aberto para o diálogo.

“Volto a dizer: no pronunciamento do presidente, ontem, ele manifestou uma opinião política a respeito da situação (o confinamento), que ele vê como grave, mas a manifestação política não se materializou em um ato administrativo. Ela tem efeito jurídico na vida das pessoas. Não adianta falar, é preciso colocar no papel e assumir a responsabilidade pelos atos que forem normatizados”, reforçou. 

A relação de Witzel e Bolsonaro vinha sendo repleta de muita troca de farpas. Na manhã desta quarta-feira (25/03), Bolsonaro chamou o que Doria e Witzel estavam fazendo de "demagogia barata" em cima da crise do coronavírus. O governador do Rio já reclamava que não há diálogo com o presidente. Dessa vez, entretanto, manteve um tom mais ameno em relação a Bolsonaro.

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