Politica

Em carta, governadores do Nordeste repudiam pronunciamento de Bolsonaro

Chefes dos Executivos dos nove estados nordestinos afirmam que vão %u201Ccontinuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual%u201D para combater o novo coronavírus

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 17:37
Chefes dos Executivos dos nove estados nordestinos afirmam que vão %u201Ccontinuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual%u201D para combater o novo coronavírusOs governadores dos nove estados do Nordeste divulgaram uma quarta na tarde desta quarta-feira (25/3), na qual eles lamentam o comportamento do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus no país. No comunicado, os políticos se mostraram insatisfeitos com “o posicionamento agressivo da Presidência da República” e pedem a “necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres”.

Os governadores de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe também alertam que “o momento vivido pelo Brasil é gravíssimo” e que “o coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilíbrio”. A despeito do pronunciamento oficial de Bolsonaro em cadeia nacional na noite de terça-feira (24/3), quando ele disse que era preciso dar fim ao “confinamento em massa”, com a reabertura dos comércios nos estados que estabeleceram quarentena obrigatória, os governadores nordestinos não atenderão ao pleito presidencial

“Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual”, escreveram. “Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região”, acrescentaram os governadores.

Os políticos destacam, ainda, que o país vive “um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais”. Para os governadores, a “decisão prioritária” deve ser “a de cuidar da vida das pessoas”, mas eles reconhecem que não se pode esquecer “da responsabilidade de administrar a economia dos estados”. “Entendemos que cabe ao governo federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos”, analisaram. 

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Para os governadores, Bolsonaro “deveria exercer o seu papel de liderança e a coalizão em nome do Brasil”. Eles também frisaram que “agressões e brigas não salvarão o país”. “O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise”, pontuaram os nordestinos.

Assinaram a carta Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PC do B-MA), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Fátima Bezerra (PT-RN).

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